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Unicef: mais de 50% dos menores latino-americanos são pobres

Entre 56% e 59% das crianças e adolescentes latino-americanas vivem na pobreza; e a pobreza tem cada vez mais o rosto de um adolescente", adverte o relatório anual sobre a infância da Unicef para a América Latina, apresentado recentemente no México. O relatório, intitulado "A infância ameaçada", refere ter havido uma ligeira redução dos índices de mortalidade infantil, mas adverte que ainda há muito caminho a percorrer.
O director regional para a América Latina e as Caraíbas da Unicef, Nils Kastberg, pediu atenção para a situação na Colômbia, onde a guerra entre o Exército, a guerrilha e os paramilitares está a causar um "enorme impacto" na infância.
Entre as consequências desta guerra, Kastberg apontou a falta de serviços, os abusos sexuais - tanto por parte do Exército regular como dos grupos armados irregulares - e o uso de minas anti-pessoais.
Outro aspecto que preocupa a Unicef é a expansão do vírus da Sida entre as crianças e adolescentes latino-americanos, já que a doença afecta cada vez mais os menores, em consequência dos abusos sexuais.
No que se refere à educação, Kastberg sublinhou as altas taxas de abandono e de reprovação escolar, citando, como exemplo, o Brasil, onde dos 5,5 milhões de crianças que iniciam os estudos primários apenas 3,2 milhões concluem a escolaridade básica, o que equivale a uma taxa de desistência de 41%.
José Woldenberg, membro do Conselho Consultivo da Unicef no México, assegurou que nos países em desenvolvimento são suficientes 40 euros anuais por estudante, em média, para se conseguir um acesso universal à educação. Para isso, acrescentou, bastaria reduzir em 1% os gastos militares do último ano no mundo.
Para melhorar a situação da infância, Katsberg propôs uma mudança cultural em direcção a uma "sociedade que seja menos centrada no adulto e que considere que metade da população latino-americana é composta por crianças e adolescentes".


  
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Edição:

N.º 141
Ano 14, Janeiro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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