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Abuso infantil quintuplica em Israel desde início da Intifada

DIREITOS DA CRIANÇA

O número de crianças e jovens israelitas submetidos a abusos e violência quintuplicou desde o início da Intifada, há quatro anos, denunciou recentemente um grupo de defesa dos direitos das crianças, que relaciona o aumento do número de casos com a crise económica e de segurança que Israel atravessa.
De acordo com Hanita Zimrin, que dirige a Associação para a Protecção das Crianças (ELI), com sede em Telavive, a maioria das situações registadas desde o início da Intifada, que representou para Israel um severo declínio económico, ocorre em casas de famílias com pior situação sócio-económica. "Não pelo facto de as pessoas mais pobres serem mais violentas, mas porque elas estão muito mais expostas às pressões económicas", explica Zimrin.
"As pessoas em Israel sentem uma ameaça e uma incerteza contínuas e vivem sentimentos de medo, ansiedade e raiva, que podem facilmente transformar-se em agressão contra as crianças", diz Zimirin, explicando que, neste contexto, os pais que têm a tendência para ser violentos mais dificilmente conseguem controlar o impulso.
Zimrin refere ainda que 70% dos casos de abuso foram cometidos por um dos pais e que as mães tendem a ser abusivas com maior frequência, já que passam mais tempo com as crianças e são, de certo modo, mais responsáveis pela sua educação. Outra das principais conclusões passa pelo que descreveu como "uma tendência muito perturbadora e crescente de abuso sexual de crianças por outras crianças".
A associação apresentou os resultados da sua investigação ao parlamento israelita com ?a esperança de agitar consciências? e, mais importante, reunir recursos para tratar destas crianças, disse Zimrin. "Somos financiados com doações israelitas e americanas, mas pensamos que é responsabilidade do governo dividir parte deste peso", afirmou.


  
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Edição:

N.º 139
Ano 13, Novembro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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