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Sistemas de Informação para a Educação II

A componente tecnologica

Este é o segundo de três artigos que tentarão justificar a necessidade de debater este tema e a forma de o introduzir, como componente inseparável da actividade de todos aqueles que constróem a Escola.

Na sequência do artigo anterior iremos agora abordar um pouco a componente tecnológica dos Sistemas de Informação.
É no aspecto da partilha de informação, que a organização Escola tem vindo a demonstrar mais dificuldades, pois a nossa formação cultural ainda não deu o salto qualitativo tão desejado nesse ponto, pois como o passado nos demonstra, foi sempre com o recurso à pouca disponibilização de informação que a maioria dos responsáveis da Escola se formou e os quais ainda fazem sentir a sua influência, no presente.
É derivado da complexidade actual, em que se movimentam as sociedades, que aquele paradigma tem que ser abandonado, pois a disseminação das redes informáticas, um pouco por todo o mundo, fez com que a informação deixasse de ser propriedade exclusiva de alguns, passando para o domínio público, circulando à velocidade da luz pelos quatro quantos do planeta.
O complexo processo de resistência à mudança, em que a Escola é particularmente singular, tem vindo a colocar reais entraves a uma evolução efectiva para o paradigma da informação em suporte tecnológico, ou seja, se queremos uma Escola dinâmica, atractiva e capaz de acompanhar as profundas evoluções que a sociedade tem vindo a sofrer, especialmente no tocante à utilização de tecnologias para manuseamento da informação, não podemos ignorar o que é evidente para todos e devemos procurar novas formas de dinamizar a organização Escola.
Acreditamos que, com o correcto recurso às tecnologias disponíveis já com provas dadas, constituindo-se Sistemas de Informação para a Educação de base tecnológica, criaremos mais espaço para todos se dedicarem à intrincada tarefa que é ensinar.
Aqueles Sistemas de Informação de base tecnológica, devem constituir-se em rede de forma a todo o Sistema Educativo estar em contacto directo e permanente entre si. Assim, toda uma panóplia de documentação que actualmente circula em formato de papel, pode circular em formato digital. Além de se reduzirem custos directos, chega ao destino mais depressa, logo, evita-se o desfasamento da informação com a realidade dos acontecimentos, pois pode-se transmitir informação em segundos de forma segura, enquanto que em papel, mesmo através dos ?fax?s?, tem que passar por alguns ?filtros? o que poderá conduzir à sua adulteração.
O suporte tecnológico referido, deverá fazer uso dos processos existentes na Escola em toda a sua amplitude, desde os pedagógicos, passando pelos gestivos até aos administrativos. Aqueles processos não deverão ser copiados tal como estão, mas antes serem adaptados à tecnologia, no entanto todos os processos que se puderem ?colar ? à tecnologia assim devem permanecer.
Aquele princípio de utilização das TI?s reveste-se da maior importância, pois a simples automatização dos processos não tem dado os resultados pretendidos, os computadores pouco mais vão além na sua utilização como máquinas de escrever ultra-modernas.
Dirão os mais atentos que não é bem isto que acontece nas Escolas, pois já há muitos processos que são executados em suporte tecnológico além dos ofícios e circulares, como sejam: as avaliações de alunos; vencimentos de pessoal; SASE; cartões magnéticos para os mais variados registos, inclusive com envio de SMS para os Encarregados de Educação. Também existe a ligação à Internet, nalguns casos com linhas ADSL e na maioria com RDIS, entre outros. Certo!
De qualquer modo perguntamos. Todos aqueles processos (chamemos-lhe Software de aplicação específica) estão integrados? Isto é, são todos pensados e elaborados de forma conjunta, de modo a fazerem uso de uma mesma base de dados, permitindo assim a extracção de todo um conjunto de informação indispensável para a gestão das Escolas? Ou cada um daqueles Software?s funciona de forma isolada sem existir permuta de dados e por conseguinte provocam uma redundância desnecessária de ficheiros e bases de dados? Existe na Escola, uma pessoa detentora de formação específica e horário, para se dedicar em exclusivo aos Sistemas de Informação?
Pois é! São perguntas sem resposta ou com resposta incompleta. A título de exemplo podemos afirmar que com recurso ao padrão linguística XML, muito em voga na troca de dados entre aplicações informáticas de diferentes origens, se poderá resolver a permuta de dados entre todos os pacotes de Software existentes de forma dispersa nas Escolas.
Acreditamos que, um suporte tecnológico que integre todos os processos das diferentes áreas funcionais da Escola, estamos mais perto de resolver o problema.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 137
Ano 13, Agosto/Setembro 2004

Autoria:

Luís Fernando Maurício
Professor em Portalegre
Luís Fernando Maurício
Professor em Portalegre

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