DESENVOLVIMENTO HUMANOO Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) destaca no seu relatório de 2004, intitulado "Liberdade Cultural num Mundo Diversificado", que a liberdade cultural é essencial para o desenvolvimento humano. "Se o mundo deseja alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milénio e erradicar de vez a pobreza deverá, antes de mais, vencer o desafio de construir sociedades inclusivas e diversificadas em termos culturais", afirma o director do PNUD, Mark Malloch Brown, no prefácio do relatório deste ano. O documento conta com colaborações do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, a prémio Nobel da Paz 2003, a iraniana Shirin Ebadi, e o chefe de Estado afegão, Hamid Karzai, entre outros. Os autores e a editora do relatório do Desenvolvimento Humano do PNUD, Sakiko Fukuda-Parr, destacam que todo o indivíduo tem direito a manter a sua identidade étnica, linguística e religiosa e que a aplicação de políticas que reconheçam e protejam estas identidades é a única forma sustentável de conseguir o desenvolvimento em várias sociedades. "Mais do que glorificar um apoio irrestrito às tradições herdadas ou advertir o mundo sobre os supostos choques inevitáveis entre civilizações, a atenção deverá concentrar-se na importância da liberdade das esferas culturais", afirma no relatório Amartya Sen, economista indiano e prémio Nobel. O relatório adverte que a exclusão de grupos religiosos ou étnicos e a sua segregação social têm como resposta o activismo político. "Em tais circunstâncias", acrescenta-se, "a política de identidade pode polarizar comunidades e nações inteiras, espalhar o ódio e ameaçar destruir a paz e o desenvolvimento". "Dos povos indígenas da América Latina e minorias religiosas do Sudeste Asiático até às minorias étnicas dos Balcãs, os xiitas, sunitas e os curdos no Iraque (...) muita gente se mobiliza hoje por motivos étnicos, religiosos, raciais e culturais."
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