CRIANÇAS SOLDADOUm total de 7,5 milhões de menores colombianos vive na pobreza e cerca de um milhão na pobreza extrema, o que torna o país num terreno fértil para que cada vez mais crianças integrem as fileiras dos grupos armados ilegais. Organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional de Migrações (OIM), emitiram o alerta sobre esta situação num recente encontro realizado naquele país, onde o representante do Unicef para a Colômbia, Manuel Manrique, afirmou ser "responsabilidade do Estado, da comunidade e da família zelar pelo bem-estar e pelo desenvolvimento", sublinhando que a situação de pobreza é uma das principais causas do abandono escolar. "As oportunidades de vida digna para estes 7,5 milhões de menores dependem do investimento do Estado baseado num critério de justiça social e igualdade". A situação da infância na Colômbia é de "extrema gravidade", referiu por sua vez o procurador-geral, Edgardo Maya, que reconheceu ser este um dos países onde mais se viola os direitos fundamentais dos menores. "A pobreza obrigou muitas crianças a abandonar a escola e a dedicar-se ao trabalho, mas também a juntar-se a grupos armados ilegais, que lhes pagam um salário e lhes conferem um estatuto", disse Maya. Segundo o relatório da UNICEF, existem na Colômbia cerca de catorze mil menores combatentes, a maioria vinculada às guerrilhas comunistas ou grupos paramilitares de extrema-direita. Nos últimos dois anos morreram na Colômbia 4.077 menores de forma violenta. A Colômbia é a quarta nação com maior número de crianças envolvidas em conflitos armados, depois da República Democrática do Congo, da Libéria e de Myanmar (ex-Birmânia).
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