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300 mil crianças em todo o mundo ao serviço da guerra

Cerca de 300 mil crianças são utilizadas como soldados em 20 países do mundo, do Afeganistão à Colômbia passando pela Chechénia, Serra Leoa ou Israel e os territórios palestinianos, denunciou recentemente a Unicef francesa. A organização alertou que "a utilização de meninos soldados tem vindo a aumentar", já que o número destas crianças foi estimado em cerca de 200 mil em 1996.
Jacques Hintzy, presidente da Unicef-França, sublinhou igualmente a "significativa presença de meninas" entre os menores soldados. "Exceptuando o Afeganistão, não há uma única guerra onde não participem raparigas, que são utilizadas não apenas para tarefas logísticas, mas também nos próprios combates. Na Colômbia, por exemplo, as meninas soldados representam um terço do total dos menores ligados aos grupos armados e no Uganda esse número atinge metade dos efectivos. Quando as meninas entram neste meio são sujeitas a "violações, escravidão sexual, tortura, gravidez não desejada e outros crimes, que afectam 28% delas", refere o relatório. De acordo com dados da UNICEF, a reinserção de um menino soldado representa um custo estimado entre 1000 e 1500 euros.
Desde 1999, o Conselho de Segurança da ONU aprovou cinco resoluções que condenam a utilização de crianças como soldados, o que demonstra uma "consciência recente" da gravidade deste fenómeno. Porém, "é preciso ir mais além para impedir o intolerável e generalizar a ideia de sanções", insistiu Hintzy.
A Unicef-França pede a "aplicação sistemática? de sanções como o julgamento em sede do Tribunal Penal Internacional (CPI), a proibição de viajar ou de participar na formação de um governo contra aqueles que insistem em utilizar crianças em combate. Os Estados que não respeitarem a legislação e os líderes dos movimentos rebeldes culpados por estes crimes de guerra e contra a humanidade não deverão igualmente contar com a possibilidade de uma amnistia".


  
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Edição:

N.º 136
Ano 13, Julho 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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