SUBDESENVOLVIMENTOA XI Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, que decorreu em São Paulo entre 13 e 18 de Junho passado, debateu mecanismos para acelerar a ajuda aos países pobres e advertiu que caso o fluxo de financiamento não aumente substancialmente as Metas do Milénio para o desenvolvimento humano, fixadas pela ONU para 2015, não serão atingidas - facto que a Página tem vindo a noticiar em edições anteriores. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, dirigiu a mesa-redonda subordinada ao tema dos ?mecanismos inovadores de financiamento do desenvolvimento?, na qual participou também o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e aproveitou para desafiar os participantes a ?convencer os governantes mundiais de que a fome é o que mais mata no mundo". Lula voltou a insistir na ideia de obter verbas para o desenvolvimento a partir de impostos sobre transações financeiras, "principalmente de paraísos fiscais", e através de impostos sobre a venda de armas. O secretário-geral da ONU, por sua vez, convocou os participantes a desenvolver ideias viáveis do ponto de vista técnico para atrair apoio político e fomentar o fluxo de ajuda ao desenvolvimento. Annan destacou a "necessidade urgente de novos recursos" para combater a pobreza e pediu a criação de "mecanismos que garantam níveis de ajuda adequados além do ano de 2015", prazo estabelecido por 189 países para atingir as Metas de desenvolvimento do Milénio. Durante a reunião da Conferência do Milénio, em Setembro de 2000, o ano de 2015 foi definido como prazo para erradicar a pobreza extrema, garantir o acesso universal à educação, reduzir em dois terços a mortalidade infantil e conter a propagação da Sida. Segundo Lula, a verba de que os organismos internacionais dispõem para atingir estas metas (50 mil milhões de euros anuais) são "modestas" e lembrou que elas equivalem a dois meses de gastos dos países desenvolvidos em subsídios agrícolas.
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