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Taxa controversa para salvar a aprendizagem na Alemanha

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O Parlamento alemão votou uma lei que prevê taxar as empresas que não empregam aprendizes, a fim de financiar o sistema de formação profissional outrora motor da economia, mas hoje em perda de vitalidade.
A proposta de lei adoptada pela Câmara Baixa prevê que as empresas de mais de dez trabalhadores, que empreguem menos de 7% de aprendizes, serão taxadas. De acordo com o jornal Die Welt, cerca de 250.000 empresas não respeitam actualmente esta quota.
A oposição de direita votou em bloco contra a proposta de lei. Ela provocou também uma violenta reacção do patronato. "Esta lei é um escândalo!", afirmou o presidente da Federação da Indústria, Michel Rogowski.
Os empresários esperam agora evitar a efectivação da medida, propondo assinar com o Estado, um "Pacto de aprendizagem", no qual se comprometem a criar novos lugares de aprendizagem.
Na Alemanha, dois terços dos jovens entram no mundo do trabalho graças ao sistema «dual»: três anos de formação prática numa empresa completados por um dia ou dois por semana numa escola profissional, remunerados mensalmente, em média, por 598 euros no oeste e 508 euros no leste do país.
Mas este sistema tem estado em perda de vitalidade. Em 2003, o número de novos contratos de aprendizagem atingiu o nível mais baixo desde a reunificação em 1990.
A defesa da aprendizagem ganhou um forte significado simbólico para o chanceler Gerhard Schroeder e para o seu partido social democráta (SPD), pois a sua base de apoio está descontente com algumas reformas que diminuiram a eficácia do Estado-Providência.
A medida levou Schroeder a marcar pontos junto do forte sindicato «IG Metall», que viu nela uma «boa resposta vinda num bom momento».
Apoiada pelos trabalhadores, a lei arrisca-se a envenenar ainda mais as relações do governo com o patronato. A discórdia  subiu, recentemente, quando o chanceler acusou de «anti-patriotas» os grandes grupos económicos que deslocalizam empresas para países de baixos salários, quando a Alemanha se debate com uma taxa de desemprego de  10,7%.


  
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Edição:

N.º 135
Ano 13, Junho 2004

Autoria:

Redacção

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