O ministro da Educação argentino, Daniel Filmus, considerou uma vitória que a declaração final da Conferência Mundial da Sociedade da Informação, realizada em Genebra no passado mês de Dezembro, tenha acolhido a reivindicação de reduzir, e até mesmo de suspender, a dívida externa daqueles países em benefício de investimentos na educação. "Queremos discutir estratégias e instrumentos de conversão da dívida externa em investimentos na educação, ciência e tecnologia para aliviar o endividamento, aumentar o investimento nestes sectores críticos, particularmente nas novas tecnologias", disse o ministro. A declaração final do encontro diz concretamente que deve ser dada "uma atenção particular à melhoria da iniciativa em favor dos países fortemente endividados", para que haja programas "que permitam libertar importantes recursos a serem utilizados para o financiamento de projectos de aplicação nas novas tecnologias da informação". Daniel Filmus afirmou que com estes novos investimentos, que se gerariam graças à redução da dívida externa dos países latino-americanos, seria possível impedir o aprofundamento do "abismo digital" que impede a democratização universal da produção e do acesso dos bens disponibilizados pelas tecnologias da informação e da comunicação. Esse abismo, explicou, é gerado porque o avanço científico-tecnológico distribui-se sem equidade entre países ricos e pobres, e mesmo dentro destes, entre os sectores mais favorecidos e aqueles que possuem menores níveis de rendimento. Lembrando que "informação é poder", Filmus referiu que até à próxima reunião inter-governamental da Sociedade da Informação, a realizar na Tunísia, em 2005, o plano de acção deverá dar ?ênfase à criação de um fundo comum para resolver as carências imediatas e promover um modelo de Internet melhor que o actual, monopolizado pelos Estados Unidos e pelo idioma inglês".
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