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América Latina discrimina as mulheres na escola, segundo a Unesco

Os países da América Latina alcançaram a igualdade de géneros no acesso à educação, mas, do ponto de vista qualitativo, a discriminação contra as mulheres persiste na escola.
O Relatório ? da UNESCO ? de Acompanhamento da Educação para todos no Mundo 2003-2004, revela que "apesar dos avanços lentos, mas reais, realizados durante a década de 90, as meninas continuam a enfrentar uma forte discriminação no acesso à escola". Em todo o mundo, dos cerca de 104 milhões de crianças não escolarizadas, 57% são meninas, segundo os números da Unesco.
"A discriminação sofrida pelas raparigas na escola não é algo de institucionalmente visível, mas se analisarmos algumas das práticas sociais e aspectos metodológicos no seu interior pode comprovar-se como a desigualdade educativa vivida diariamente pelas meninas não mudou, confirmando a "permeabilidade da escola ante os fenómenos sociais", afirma Ana Luiza Machado, directora da delegação regional da Unesco na América Latina.
"Se a família privilegia a liderança dos homens, os meios de comunicação têm uma perspectiva machista e o mercado de trabalho é agressivo contra elas, não podemos pedir à escola que resolva sozinha este problema. A sociedade no seu conjunto é a responsável por esta situação", afirma por seu lado Paula Luzano, consultora da Unesco.
Estes factores têm influência no futuro das mulheres, que preferem muitas vezes não continuar os estudos para se dedicar a formar uma família, mas mesmo aquelas que os prosseguem acabam por ser mais tarde discriminadas no mercado do trabalho.
Em países como a Bolívia e o Peru, que apresentam um baixo nível de escolaridade, a maioria dos analfabetos são mulheres. De acordo com o documento, ?os abusos sexuais, a gravidez infantil e as tradições da população são alguns dos motivos que explicam esta tendência?.


  
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Edição:

N.º 129
Ano 12, Dezembro 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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