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A Democracia Televisiva

A Democracia, a que Platão chamou "regime do número", não terá, certamente, alternativa. Antes Democracia que Ditadura, embora todos aceitemos com fatalismo "realista" (?) as limitações das Democracias.
Regime do número é sem dúvida, pois grande parte das "informações" que os cidadãos recebem são transmitidas pelo mais capaz meio educativo dos nossos tempos, a televisão. Isso leva-nos a uma situação muito interessante: se num país o nível cultural médio da população é baixo, a televisão deve ter essa realidade em consideração produzindo programas absurdos, aumentando a sua audiência, o seu poder, incrementando a falta
de cultura geral, tudo isto numa situação de círculo vicioso.
Num momento em que se dão demissões pela intervenção dos telejornais, devemos perguntar pelas demissões que não se deram, devemos perguntar também se os reais motivos das demissões que ocorreram foram as que nos disseram. Devemos perguntar, nunca desistir, pelo menos, de questionar, porque a "verdade" televisiva é tão verdadeira como qualquer outra.
Ainda por cima devemos perguntar com a consciência de que não iremos saber, na maior parte dos casos, o que sucedeu, o que sucede, não conseguiremos destrinçar "informação" de "ruído". A situação política dos nossos tempos dilui-se em "realidades virtuais": vota-se, existem poderes múltiplos para além do voto, somos "moderados" pela televisão.


  
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Edição:

N.º 128
Ano 12, Novembro 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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