O desemprego na América Latina chegou ao nível mais alto dos últimos anos e, apesar dos salários terem melhorado a um ritmo lento em alguns países, persistem as desigualdades de rendimento, segundo revelam dados de um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O estudo refere diferenças substanciais entre os próprios países da região. Enquanto o desemprego aumentou nos anos 90 na maioria dos países latino-americanos (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai e Venezuela), caíu nas Caraíbas, Bolívia, México e Panamá. Além disso, "o salário da maioria dos trabalhadores é ainda muito baixo para que possam sair da pobreza e a desigualdade entre os rendimentos, uma das maiores do mundo, mantém-se". O documento refere também que os salários são a "principal variável de ajustamento face aos choques económicos negativos", chamando a atenção para a crescente percentagem de trabalhadores que carecem dos benefícios previstos na lei e uma diferença salarial cada vez maior entre trabalhadores qualificados e não qualificados. Outra característica da região é a precariedade do trabalho, já que, em média, cria-se e perde-se anualmente aproximadamente um em cada quatro empregos e "uma grande percentagem de trabalhadores muda de trabalho e flutua por entre períodos de emprego, desemprego e inactividade". Ainda segundo o relatório, a tecnologia e a educação são a chave para fortalecer os fracos mercados de trabalho latino-americanos. "Por cada ano de frequência do ensino secundária o rendimento de um trabalhador aumenta em 11% em relação ao salário de um trabalhador que só têm a educação básica", acrescentando-se que um título universitário de quatro anos faz crescer essa fasquia em 85%.
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