Alguns intelectuais árabes afirmam publicamente que para melhorar a sua imagem no Médio Oriente os Estados Unidos precisam não só de rever a sua política de comunicação como também promover uma "mudança radical" na sua política global. Um relatório publicado em Washington recomendava recentemente a revisão total da política de comunicação americana para tentar mudar a imagem dos Estados Unidos, muito deteriorada desde o início da segunda Intifada palestiniana em Setembro de 2000, referindo que "a hostilidade contra os Estados Unidos alcançou níveis surpreendentes" nos países muçulmanos. "Se os Estados Unidos querem melhorar a sua reputação no mundo árabe e muçulmano terão necessariamente de mudar a sua política externa", refere Mohamed Mesfer professor de ciências políticas da Universidade de Doha, no Qatar, para quem os americanos deveriam "deixar de acusar os árabes e muçulmanos de terrorismo e parar de intervir nos assuntos internos dos países islâmicos". Por seu lado, o editorialista egípcio Salama Ahmed Salama diz que a imagem dos Estados Unidos no mundo árabe está muito degradada e que promover uma campanha informativa para melhorar a imagem do país não é suficiente. "Os americanos deviam antes questionar-se sobre o porquê de serem odiados", refere Salama, que vê nas políticas americanas de "apoio a Israel, na escolha de países árabes e muçulmanos como objectivos de guerra e nas campanhas contra o Islão promovidas pelos meios de comunicação social americanos", a justificação da impopularidade crescente dos Estados Unidos. Esta posição é também partilhada pelo jornalista saudita Daid Shoryón: "A política americana no Médio Oriente privilegia a imposição e não o diálogo, o que provoca hostilidade". Entre as medidas aconselhadas por Mohamed Mesfer para a melhoria da imagem dos Estados Unidos está a "retirada imediata e sem condições das forças americanas do Iraque, a transferência de poderes para os iraquianos, o desmantelamento de todas as bases americanas no Médio Oriente e o fim do apoio a Israel e aos crimes contra o povo palestiniano".
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