SOUBE-SE QUE PORTUGAL VAI MANDAR PARA A GUERRA DO IARAQUE JOÃO RATÃO. A PARTIDA AGUARDA APENAS POR TREINO E ARMAMENTO ADEQUADO.
Depois de muita hesitação o Governo decidiu: João Ratão vai para a guerra. Portugal resolve assim um problema delicado. De facto, a divergência entre o Presidente da República e o Governo era evidente. O presidente não estava de acordo com a participação das forças armadas e, como se sabe, estas estão sob o seu comando. Já José, em nome do Governo, estava empenhado em responder aos desejos de George, o seu amigo americano e queria que Portugal participasse na guerra. Perante o dilema surgiu uma solução de compromisso. Não vão soldados em barda mas vai João Ratão. Deste modo ficam salvas as posições de cada uma das partes. O presidente leva avante a sua posição de impedir a participação militar de Portugal, fora do quadro da ONU, e José e o Governo respondem a um desejo do seu novo amigo e aliado. A única dificuldade que agora pode atrasar a partida da nossa força é a de reunir o armamento necessário a João Ratão. Como se sabe, este é eficaz no olfacto, na utilização dos dentes e na corrida rápida para os esconderijos. O Ministro da Defesa já tomou providências. Em relação ao olfacto está em preparação equipamento capaz de resolver problemas que possam surgir, tais como constipações, que ponham em causa a eficiência do nosso combatente. Está também a ser reunido equipamento adequado à manutenção dos dentes de João Ratão em bom estado. Dois pares de sapatilhas especiais estão a ser produzidas numa fábrica em São João da Madeira. A partida anuncia-se para breve. O ministro da defesa, já hoje, em conferência de imprensa, manifestou o seu orgulho por ter sido possível encontrar, nas forças armadas, um especialista em operações especiais como é João Ratão. O ministro afirmou que «são factos como este que reforçam o prestígio do nosso país e levam a NATO a entregar-nos o comando das operações de resposta rápida. Quem melhor que João Ratão para se escapar com rapidez?» perguntou o ministro. O Presidente da República manifestou também a sua satisfação pela solução encontrada. «Parece-me que esta coisa de irmos mas não irmos é uma boa solução consensual», disse. Já o primeiro ministro afirmou, hoje, após a inauguração de uma pocilga em Algueirões, que Portugal está na primeira linha da luta contra o terrorismo. «Estou certo que a solução João Ratão é uma solução de grande dignidade nacional que satisfará plenamente os nossos aliados» afirmou. Em treinos intensivos, até ao fecho desta edição não foi possível ouvir João Ratão, o rato mais rato da península.
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