O número de analfabetos na China aumenta anualmente em cerca de meio milhão, estimando-se que existam actualmente cerca de 85 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever naquele país, refere recentemente o jornal Zhongguo Qingnian Bao. Com o aumento da população flutuante, um novo tipo de analfabetismo surgiu. Os filhos dos camponenses que emigram para as cidades são muitas vezes excluídos do sistema escolar porque as escolas são demasiado dispendiosas para esta nova mão-de-obra barata e explorada. Isto, porque pelo facto não terem estatuto de residentes permanentes os emigrantes são obrigados a pagar uma taxa educativa suplementar. O ensino primário não está generalizado em cerca de duzentos distritos e metade dos analfabetos chineses está concentrada em nove províncias e regiões autónomas do interior oeste do país - Tibete, Qinghai, Guizhou, Gansu, Yunnan, Ningxia, Xinjiang, Mongólia interior e Shaanxi -, onde vive apenas 15% da população. Dos 85 milhões de analfabetos, 55 milhões, quase um terço, são mulheres. O analfabetismo na China caíu nos últimos 50 anos de 80% para 8,72% da população adulta. Apesar disso, o problema parece estar a ressurgir em força. "Em certas zonas do interior cada vez mais raparigas abandonam os estudos precocemente e a situação está a atingir proporções graves", refere ainda aquele jornal.
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