Dois anos de Intifada arrasaram por completo a economia palestiniana e mergulharam Israel na pior recessão da sua história, ainda que, segundo alguns especialistas, bastasse acabar com a violência para que a situação melhorasse significativamente para ambos os lados envolvidos no conflito. "Algumas semanas após o início da nova Intifada a economia palestiniana sofreu uma contração de 50% devido ao bloqueio, que impede dezenas de milhares de palestinianos de trabalharem em Israel", refere Nadim Karkutli, membro da missão da Comissão Europeia nos territórios autónomos. "Com a evolução do conflito, porém, a economia afundou-se por completo". Vários relatórios alarmantes foram divulgados desde o início do ano pelos enviados especiais da ONU ao Médio Oriente, quando tiveram início as grandes operações militares israelitas na Cisjordânia. Segundo o mais recente destes documentos, "as trocas internas e externas diminuíram, os investimentos caíram a níveis insignificantes e as empresas palestinianas tiveram grandes prejuízos". Com 60% da população a viver abaixo da linha de pobreza, uma perda de receita nacional de 7,6 milhões de euros diários e uma taxa de desemprego que chega aos 50% - número que sobe quando se impõe o recolher obrigatório -, a economia palestiniana está à beira da catástrofe. Israel também não é excepção e vive uma "crise económica sem precedentes", lembra Efraim Kleiman, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Os indicadores económicos sofreram uma queda vertiginosa nos últimos dois anos, a taxa de desemprego supera os 10% pela primeira vez na história do país, o Produto Interno Bruto e os investimentos estrangeiros caíram e a moeda desvalorizou-se. A principal vítima do levantamento palestino, a indústria do turismo, um dos motores da economia israelita, perdeu 0,9% em 2001 e 1,5% em 2002. No entanto, recorda Kleiman, a receita para acabar com o descalabro que atinge ambos os lados do conflito é simples: "É preciso acabar com a violência".
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