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A formação do professor de Ciências Biológicas: entraves e desafios

Os avanços nas Ciências Biológicas tornam indespensável uma redefinição das práticas pedagógicas dos professores desta área.

O compromisso dos profissionais em Ciências Biológicas com a educação reflete-se na sua maneira de agir em sua prática pedagógica. Estes devem considerar que a sala de aula é um espaço de construção do conhecimento, conferindo a esta o verdadeiro motivo de se ensinar ciência e biologia: proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo e do meio ambiente que os cerca levando-o a uma posição crítica em relação à natureza. Porém, neste momento, uma pergunta deve ser realizada: Como estes profissionais estão sendo formados, quais são os entraves e quais os desafios para que estes possam estar devidamente preparados?
Convém aqui considerar que a formação do profissional para educação, não só acontece dentro das universidades como também na prática pedagógica, na  formação continuada.
É lamentável o fato que a maioria  dos cursos de formação dos professores de Ciências Biológicas não estão preparando professores habilitados para utilizar e produzir novas tecnologias na educação assim como seus impactos nas sociedades que por conseguinte também afetam a sala-de-aula. Existe uma certa incapacidade para colocar em prática concepções e modelos inovadores que possam substituí-las quando de difícil acesso. Outro problema a ser considerado, é a  junção teoria e prática. Em algumas universidades, acontece a atividade experimental através do estágio supervisionado que deveria contribuir para uma melhor formação de professores e consequentemente do ensino. Contudo, é grande o número de estagiários que praticam por praticar. Ainda se utiliza a técnica mais tradicional de ensino: a aula expositiva onde os conteúdos não são articulados de forma crítica. São apenas transmitidos, sem nenhum significado para os alunos.
Como conseqüência, ao sair das universidades, estes profissionais refletem em suas atividades pedagógicas aquilo que pode-se considerar um ?vício? e não entendem que o aprender contínuo é essencial e este se dá em sua própria pessoa e na escola, como iniciante nos primeiros anos de profissão e como titular. Nesta etapa de formação há de se considerar que grande são as dificuldades encontradas, como os baixos salários e a falta de recursos didáticos, o que pode levar a falta de estímulo e por conseguinte de compromisso com o ensino e com a própria formação que se faz através deste.
Neste sentido, o grande desafio para que ocorram mudanças é a reflexão permanente sobre sua dinâmica pessoal de modo a articulá-la com o seu processo de desenvolvimento. Só uma reflexão sobre sua atividade é capaz de promover a dimensão formadora e esta conquista é adquirida ao longo dos anos e principalmente na prática pedagógica, porque é nesta que concentram-se as verdadeiras experiências, o contato com as diversas realidades e no superar das dificuldades encontradas. Reflexão esta que cabe também às universidades, no incentivo a criação de programas que valorizem a prática reflexiva na articulação entre teoria e prática como seminários, criação de laboratórios de análise coletiva das práticas pedagógicas, de extensão universitária as escolas públicas, dentre outros.


  
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Edição:

N.º 117
Ano 11, Novembro 2002

Autoria:

Geilsa Costa Santos Baptista
Univ. Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil
Geilsa Costa Santos Baptista
Univ. Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil

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