A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Unesco
alertaram recentemente para o risco de se verificar a curto prazo uma "escassez
mundial de professores" num estudo divulgado por ocasião do Dia Mundial
do Professor. "O contínuo crescimento da população mundial, a deterioração
das condições de trabalho e os baixos salários estão a provocar uma escassez
de professores no mundo inteiro, o que poderá afectar seriamente a qualidade
da educação", aponta o estudo intitulado "Perfil Estatístico da Profissão
Docente".
Segundo o relatório, o número total de professores no mundo era de 59 milhões
em 1997. O número de crianças em idade escolar aumentou mais rapidamente do
que os professores na década de 90, até ao ponto de, em alguns países em desenvolvimento,
existirem mais de "100 alunos por professor", destaca o estudo.
Nos países em desenvolvimento, o número de alunos por professor é três vezes
maior do que nos países ricos. Em nações como Moçambique, Chade ou Senegal,
"há uma média de 50, e até de 70 alunos por cada professor".
Já nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE),
verifica-se uma média de 16 alunos por professor. O recorde pertence à Dinamarca,
com 10,6 alunos por docente, seguida pela Hungria (10,9), Itália (11,3), Luxemburgo
(12,6) e Noruega (12,6). Mas nestes países o maior problema é o facto de os
professores estarem a envelhecer rapidamente. Na Alemanha e na Suécia, por exemplo,
mais de 70% dos professores têm acima de 40 anos.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco),
com sede em Paris, decretou o 5 de Outubro Dia Mundial dos Professores como
forma de comemorar a adopção, na mesma data, em 1966, da recomendação referente
às condições de trabalho dos docentes.
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