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Mudança de governo no Iraque beneficiaria companhias de petróleo dos EUA

Segundo a opinião de diversos analistas, uma intervenção militar dos Estados Unidos para derrubar o regime de Saddam Hussein facilitaria o retorno das companhias de petróleo americanas ao Iraque, tendo já alguns dirigentes de grupos de oposição ao presidente iraquiano manifestado o desejo de criação de um consórcio dirigido por petrolíferas americanas para as actividades de prospecção no Iraque. "As companhias americanas teriam, dessa maneira, pleno acesso ao petróleo iraquiano", afirma Ahmad Chalabi, que dirige o Congresso Nacional Iraquiano (CNI), uma federação de movimentos de oposição interna no exílio, com sede em Londres.
Um novo governo "poderia firmar acordos que permitissem às empresas de petróleo instalar-se no Iraque", considera por seu lado Gary Hufbauer, economista do Instituto Internacional de Economia (IIE). "É possível, como acontece com outros países da região, que um novo governo no Iraque criasse uma empresa estatal que assinaria acordos com um número limitado de grupos petrolíferos, podendo trabalhar sobretudo com os americanos, em virtude das boas relações políticas ou alianças comerciais que se desenvolveriam", explica Hufbauer.
As companhias americanas não têm acesso às imensas reservas de petróleo iraquiano desde a deterioração das relações entre Washington e Bagdad no final dos anos 80. Grupos económicos de doze países, em particular o russo Tatneft e o francês TotalFinaElf, fizeram acordos de prospecção ou perfuração no Iraque, um país que possui reservas estimadas em 112 biliões de barris de petróleo, as mais importantes do mundo depois das da Arábia Saudita. Muitos desses acordos entrarão em vigor quando terminarem as sanções internacionais contra o Iraque. A TotalFinaElf obteve o direito de prospecção do campo petrolífero de Majnoon (sul do país), o maior do Iraque, que se calcula possuir entre 10 biliões e 30 biliões de barris de petróleo.


  
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Edição:

N.º 116
Ano 11, Outubro 2002

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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