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Pesadelos de George W. Bush

Sublinhe-se, neste rescaldo do Campeonato do Mundo de Futebol - o Coreia/Japão 2002 - que George W. Bush, m.i. presidente dos Estados Unidos da América, quis condicionar a criação do Estado Palestiniano ao afastamento de Yasser Arafat.
Por outras palavras, a decisão de criar o Estado da Palestina, há muitos anos e várias vezes ratificada pela Organização das Nações Unidas, vulgo ONU, há muitos anos e continuamente contrariada pela ocupação de Israel, dependeria de uma derrota de Arafat nas próximas eleições presidenciais palestinianas.
Claro que uma enormidade desta natureza - a condicionar um acto eleitoral que se pretende democrático - obrigou a Administração Bush a fazer várias piruetas e golpes de rins, com alguns dos assessores presidenciais a tentar dar o dito pelo não dito.
Wasghinton já veio dizer que os Estados Unidos continuam a negociar com Yasser Arafat e que o lider palestiniano terá de ser aceite como interlocutor no Médio Oriente se vier a ser eleito nas próximas eleições, entretanto já marcadas para Janeiro e às quais o dirigente proscrito se recandidata. Coisas a que os assessores de George W. Bush estão já habituados.
O m.i. presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, tinha, recentemente, embaraçado meio Mundo quando, numa expressão, sentida, que dirigiu a um lider africano, perguntou se ele, lá na terra dele, também tinha problemas com o excesso de pretos.
O problema não é o senhor George W. Bush dizer estas coisas. O problema é existir um homem que diz e pensa estas e outras coisas tão ou mais rídículas e que, simultaneamente, tem um poder político-militar demolidor sem qualquer condicionalismo de natureza democrática.
Os pesadelos de George W. Bush não constituem problema. O problema é o próprio George W. Bush, m.i. presidente dos Estados Unidos da América, eleito, num processo de engenharia eleitoral, com menos votos do que os recebidos pelo seu opositor, Al Gore. Sublinhe-se.


  
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Edição:

N.º 114
Ano 11, Julho 2002

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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