O recurso à memória é a safa de grande parte dos alunos que frequentam o 12º
ano - o pior é quando são obrigados a raciocinar. Um estudo divulgado em Lisboa
no mês de Fevereiro pelo Ministério da Educação revela que os estudantes têm
um desempenho razoável ou mesmo bom quando têm apenas de reconhecer ou reproduzir
informação, mas a coisa complica-se quando são obrigados a aplicar conhecimentos
e estabelecer relações entre conceitos.
"De uma forma geral, pode afirmar-se que as maiores dificuldades dos examinandos
se evidenciam sempre que são necessárias operações mentais de maior complexidade,
associadas ainda a competências linguísticas mais elevadas", conclui o estudo
do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação (CAVE), que incidiu
sobre os resultados dos exames nacionais, realizados em 1999, 2000 e 2001, em
seis disciplinas: Biologia, Física, Introdução ao Desenvolvimento Económico
e Social, Matemática, Psicologia e Química.
A situação é a mesma em todas as disciplinas: colocados perante uma nova situação,
os alunos revelam grandes dificuldades, principalmente quando são confrontados
com questões que nunca antes tenham saído em testes, ou seja, que fogem à rotina.
No caso específico da Matemática, as más prestações dos alunos verificam-se
a nível da destreza de cálculo, resolução de problemas, interpretação de resultados.
Tudo culmina na grande necessidade de usar a calculadora.
O documento do GAVE foi apresentado num seminário onde foram discutidos os resultados
de um estudo da OCDE, divulgado em Dezembro, que revelou que, entre 32 países
analisados, a prestação dos alunos portugueses só supera a do México e Luxemburgo,
estando ao nível da Alemanha e Grécia. De resto, todos os outros são melhores.
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