O Grupo de Missão para a Saúde considerou que a aprovação de mais faculdades
de Medicina ameaçará a qualidade das escolas já existentes, nomeadamente pelo
facto de o número limitado de docentes médicos em Portugal significar que estes
profissionais terão de ser utilizados em tempo parcial por mais de uma instituição.
Este grupo de trabalho, liderado por Alberto Amaral, ex-reitor da Universidade
do Porto e director do Centro de Investigação e Políticas do Ensino Superior,
defende que as propostas actuais para aumentar as vagas nas escolas públicas
tradicionais e a criação de duas novas escolas em Braga e na Covilhã, a funcionar
deste o início de Setembro, ajudarão a resolver a falta de formação nesta área.
Mas, alerta, no futuro deverá haver algum cuidado para evitar o excesso de formação
de médicos. Mais: esclarecem que, se se recorrer ao princípio geral de uma escola
médica por cada dois milhões de habitantes, em Portugal o número certo de escolas
seria cinco, contrariando, deste modo, as propostas de criação de escolas de
Medicina de três universidades privadas: Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Lusófona.
A mesma comissão conclui que só apoiará uma proposta, seja ela pública ou privada,
se melhorar, de forma clara, a qualidade do ensino médico em Portugal, devendo
qualquer decisão basear-se numa análise rigorosa das propostas efectuada pela
comissão independente.
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