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Textos escolhidos no Forum de "a Página on-line" sobre a importância do ensino da matemática

Matemática I
Venha o diabo ... ou o aluno?

Não existem boas e más disciplinas. Existe conhecimento.
Capacidade de desenvolver esforço, paciência, sentido de observação, atenção, rigor, equilíbrio, sentido critico, gosto, sentido da proporcionalidade, capacidade de relacionamento, abstracção, síntese ... são algumas qualidades e capacidades que os jovens podem adquirir estudando e praticando educação visual.
O desenho, a pintura, a escultura ... são inferiores à matemática? Porquê?!
É importante reconhecer a necessidade de alterar o dogma segundo o qual "sem a aprendizagem da matemática estamos feitos".
Todas as disciplinas são importantes e todas são dispensáveis. Venha o aluno e escolha.

Susana Pinto
VNGaia

Matemática II
Hierarquias?

Não existe uma hierarquia de saberes. A divisão do conhecimento em disciplinas é uma formalidade destinada a facilitar a transmissão de conhecimentos. Esta divisão do conhecimento tende a ser superada. Muito em breve não se ensinarão disciplinas. Colocar-se-ão questões, projectos de trabalho que os alunos procurarão resolver socorrendo-se dos conhecimentos necessários sob a orientação de professores. Provavelmente deixaremos de ter professores formados por disciplinas para termos os formados por campos de saber. Porque tudo está a mudar com extrema rapidez são ridiculas as afirmações que assumem a mudança do ensino como um regresso ao passado perdido, ou os que, por oposição, se agarram ao modelo e às rotinas vigentes como a lapa à rocha.

João Salgueiro
Tomar

Matemática III
Novas exigências

Históricamente já tivemos tempos em que se afirmava categóricamente que sem a aprendizagem do latim não era possivel ter acesso ao conhecimento e menos ainda ao desenvolvimento da pessoa. A Filosofia já teve também o seu tempo dominante. A História já conheceu melhores dias. Hoje o senso comum afirma a imprescindibiladade da disciplina chamada matemática no desenvolvimento do individuo. É evidente que esta crença não resiste a nenhuma anáçlise séria. Nem resiste à evidência que o senso comum também põe em destaque. Quem quer fazer uma lista de gente inteligente, produtiva, feliz, que não se deu bem com a matemática?
A desmistificação da imprescindibilidade da matemática é uma necessidade. Um tema a desenvolver pelo vosso jornal, ou não?

Henrique Teixeira
Vendas Novas

Matemática IV
Importante é que seja um desafío

Todo o conhecimento é importante. O que parece fundamental é que seja o aluno a escolher em cada momento o que mais lhe interessa. A criança aprende mais quando lhe é permitido fazer as experiências que o corpo e o espírito lhe pedem. A escola bloqueia muito o processo de aprendizagem justamente por impor a aquisição de conhecimentos como norma e não como necessidade do desenvolvimento lógico do individuo. Desenvolver a capacidade de raciocínio, memória, rigor, ritmo, sequências, etc, etc através do estudo da música é tão significativo como fazê-lo através da matemática. A escolha de um ou outro caminho depende do interesse do aluno.
Não sacralizar nenhum conhecimento devia ser a norma. Deixar o aluno seguir o percurso segundo os seus interesses devia ser regra.

São Fernandes
Francelos. Gaia.

Matemática V
Sentido único?

Um dos debates que é urgente levar a cabo é o de saber se os alunos devem percorrer um só caminho (todos o mesmo caminho) e um caminho de sentido único. Todos sabemos que uma elevada percentagem de alunos fazem o percurso do 5º ao 9º ano de escolaridade sem nunca obterem uma sºo classificação positiva a matemática (e não só). Isto quer dizer que já hoje milhares e milhares de alunos completam o 9º ano sem fazerem matemática não só a partir do 6º mas já de trás. Os que não abandonam no 9º ano e continuam o ensino secundário, não tendo nunca feito matemática, não escolhem matemática a partir do 9º. Significa que milhares e milhares de alunos terminam um curso superior sem nunca terem feito estudos de matemática.
A questão que se coloca é portanto de saber se os alunos devem ser obrigados a fazer um percurso arrastando reprovações ano após ano ou se, não se interessando por uma ou mais disciplinas serem obrigados a escolher outras.
O que aconteceria se a transição de ano só fosse possivel a alunos que obtivessem nota positiva a matemática? Ficavam retidos no mesmo ano até serem expulsos do sistema? Repetiam as outras disciplinas até à nausea? Frequentavam apenas a disciplina de matemática?
A pergunta "Aceita que o estudo da matemática possa ser apenas obrigatório até ao final do 6º ano de escolaridade?" não é correcta. Actualmente a única coisa que é obrigatório é o aluno inscrever-se a matemática até ao 9º ano. Mas não é obrigatória que aprenda o programa de matemática. Pode chegar ao 9º ano com insucesso sistemático a matemática. A questão é: deve promover-se o insucesso numa dada disciplina ou oferecer alternativas? O que se diz para a matemática serve para outras disciplinas. Afinal não é livcre a escolha das línguas estrangeiras? Porque não aplicar o mesmo critério a outras disciplinas?

Catarina Sequeiro
Almada


  
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Edição:

N.º 111
Ano 11, Abril 2002

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