João Donga,
gerente comercial,
aluno do curso Artes Culinárias na ABC -Escola de Artes e Tradições
Quando disse à sua esposa que ia aprender a cozinhar qual
foi a reacção dela?
Adorou. Pensou que eu ia cozinhar todos os dias, mas correu-lhe mal (risos).
Não será a cozinha ainda uma área interdita à ala masculina?
Eu acho que não. No nosso grupo, em doze pessoas temos cinco homens a fazer
o curso. É um ratio muito interessante, portanto acho que já não é uma área
interdita. Obviamente que há homens que acham que a cozinha é para mulheres.
Mas por tradição aqueles Chefes mais conceituados são sempre homens. Talvez
o homem seja melhor a fazer aqueles pratos mais trabalhados, mais minuciosos.
A mulher talvez seja mais intuitiva, mas mais trapalhona. O homem é mais científico
a fazer comida.
O que pensa em relação ao facto da mulher estar associada
à cozinha por obrigação e o homem por diverção?
Definitivamente acho que isso continua a acontecer. Acontece comigo. No dia-à-dia
a minha mulher acaba por cozinhar . Durante a semana eu sou capaz de cozinhar
duas vezes. Ao fim- de-semana cozinho sempre. Mas acho que a mulher acaba por
ter sempre implícita essa obrigação, por isso não consegue tirar o mesmo prazer
que o homem tira a cozinhar.
Quando cozinha é você que prepara tudo do princípio ao fim?
Sim normalmente sou eu. Eu quando cozinho não quero ninguém por perto. Incomoda-me
um bocado. A minha mulher começa logo a dar opiniões e assim não dá. Eu tenho
a minha maneira de cozinhar e quando termino a única coisa que está suja é o
último tacho.
Qual é o prato que mais gosta de fazer?
Talvez o Bife El. É um rosbife envolto em massa folhada. Leva como acompanhamento
umas tigelinhas de massa folhada e esparregado.
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