Para os continentais, a xenofobia de um novo Alberto J. Jardim
Açoreano!
Sabiam que, nos Açores, querem fazer aprovar uma lei anti-constitucional
que descrimina os continentais que cá trabalham?
Contra o novo Regulamento do Concurso do Pessoal Docente da
Educação Pré - Escolar e Ensinos Básico e Secundário, imposto discriminatória
e arbitrariamente pela Secretaria Regional de Educação, que pretende dar preferência,
no preenchimento das vagas dos Quadros de Escola e de Zona Pedagógica, a quem
cumpra um dos seguintes critérios:
- tenham sido bolseiros da Região Autónoma dos Açores durante pelo menos
um ou dois anos lectivos do curso que lhes confere habilitação para a docência;
- tenham realizado estágio profissionalizante, mesmo que não seja remunerado,
em escolas da rede pública da Região Autónoma dos Açores ;
- tenham prestado três ou mais anos de serviço docente, como docentes profissionalizados,
em escolas da rede pública da Região Autónoma dos Açores ;
- tenham tirado o curso na Universidade dos Açores;
- tenham entrado ao abrigo do contingente Açores em Universidades fora da
Região.
O Regulamento em causa viola os seguintes artigos da Constituição
da República Portuguesa (3ª versão de 1992):
artigo 13º - ponto dois: ninguém pode ser privilegiado, beneficiado,
prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão
de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções
políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social
;
artigo 44º - ponto um: a todos os cidadãos é garantido o direito de se
deslocarem e fixarem livremente em qualquer parte do território nacional;
artigo 47º - ponto dois: todos os cidadãos têm direito de acesso `a função
pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso
.
O que é curioso é que, da parte dos senhores directores regionais
e do secretário regional da educação , quando se trata dos seus conterrãneos
viverem do rendimento mínimo, pago pelos contribuintes continentais, não reclamam
;
Para receberem permanentemente milhões em subsídios, pagos pelos contribuintes
continentais, para sustentar 9 ilhas que pouco ou nada produzem para a nação
Portuguesa, não reclamam ;
Para entrarem com médias mais baixas (só porque são dos Açores) nas Universidades
de Lisboa e Porto, como bolseiros pagos pelos contribuintes continentais, para
depois andarem dez anos para fazerem o primeiro ano de medicina, aí já não reclamam
;
Para terem descontos especiais no IRS só porque são recenseados na Região Autónoma
dos Açores, também não reclamam ;
Para os comerciantes locais pagarem menos impostos sobre os produtos importados
e sobre os transportes dos mesmos (que apesar disso são postos à venda mais
caros que em todo o país !) , não reclamam ;
Para estarem sempre a reclamar autonomia em relação ao continente , orgulhosa
e arrogantemente (como o faz a FLA - Frente de Libertação dos Açores) , mas
continuarem a ser literalmente sustentados pelos contribuintes continentais,
que trabalham em condições precárias, nos subúrbios das metrópoles e no stress
desumanizante das cidades, que nunca chegam a ter um ganho suficiente para chegarem
a ír conhecer o paraíso natural (que eles próprios sustentam com o seu trabalho),
não reclamam ;
Para irem ao continente regularmente receber formação nas escolas, e cultura
no geral, enquanto que os continentais vêm cá para dar formação e cultura (
e deixar cá o ordenado )disso estes senhores já não reclamam ;
Para viverem num paraíso na terra, pago pela estrutura continental , à conta
de subsídios de Insularidade ; subsidios de desemprego e do rendimento mínimo,
enquanto que os continentais vivem sem sequer ter contacto com a natureza, e
com problemas de desemprego muito mais difíceis de colmatar devido ao elevado
nível de competição, mas por isso já não reclamam ;
Pois eu , como professor continental, estou já farto de pagar os delírios provincianos
dos Albertos João Jardins e dos bairrismos saloios e egocêntricos dos ilhéus
todos, que ainda por cima passam a vida a dizer mal e a criticar os continentais,
que para aqui vêm trabalhar e educar os seus filhos, mas que na sua mente pequenina
vêm para cá "roubar-lhes os empregos".
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