O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário
francês pediu ao ministério da Educação que não permita a participação de escolas
secundárias e a inscrição de alunos num jogo bolsista, promovido através da
internet, chamado "Masters da Economia". Num comunicado público, o SNES revela
que o grupo bancário CIC está a promover um jogo que "não só contraria as regras
de neutralidade comercial anunciado nos códigos de boa conduta dos estabelecimentos
escolares", como veicula "valores especulativos contrários à ética do serviço
público de educação".
Os "Masters da Economia", destinado a jovens entre os 14 e
os 22 anos, foi lançado no ano passado e joga-se através da internet, em equipas,
no interior dos estabelecimentos de ensino ou em outros locais autorizados para
o efeito, na presença de um adulto. O objectivo é multiplicar o capital inicial
(fictício) através de ordens de compra e venda bolsistas. Os melhores "Golden
boys" ganham uma viagem a Nova Iorque.
"Não são os que têm melhores conhecimentos do funcionamento
da bolsa que ganham o jogo, mas os que mais conseguem especular. É um jogo completamente
contrário aos valores da solidariedade e da justiça", afirma o SNES, um dos
principais sindicatos de professores de França, preocupado igualmente com a
possibilidade de a CIC constituir ficheiros a partir dos resultados finais e
induzir os alunos vencedores a enveredar pelo mundo da finança.
Já no ano passado, a ATTAC (Associação para a Taxação de Transações
Financeiras e Ajuda ao Cidadão), insurgiu-se contra este jogo e pediu ao ministério
da educação para o retirar de circulação. "As práticas indecentes e imorais
deste jogo parecem-nos incompatíveis com os valores de cidadania, fraternidade
e solidariedade que a educação nacional deveria defender", referia aquela organização.
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