De acordo com o testemunho do embaixador da Suíça na Nigéria,
Rudolf Knoblauch, os fogos deflagrados no dia 27 de Janeiro passado, em Lagos,
terão provocado "vários milhares" de mortos e não apenas as centenas da contabilidade
oficial nigeriana. A ser correcta a avaliação do diplomata suiço, a catástrofe
de Lagos poderá ser, em número de mortos, tão grande (ou maior) do que a ocorrida
a 11 de Setembro de 2001 no ataque a Nova Iorque.
Sublinhe-se ainda que a catástrofe nigeriana terá sido desencadeada
por uma explosão num paiol militar, situado provisoriamente junto ao Aeroporto
de Lagos, atingido pelas chamas de um incêndio numa rua comercial próxima. As
verdadeiras causas do desastre são difíceis de apurar, mas o esforço para o
conhecimento da verdade foi já iniciado pelo exército que eliminou a hipótese
de tudo ter acontecido no âmbito de um abortado golpe de estado.
No rescaldo da guerra do Afeganistão, o governo de Israel
parece apostado em transformar o conflito de média intensidade existente nos
territórios ocupados numa verdadeira guerra aberta contras os palestinianos
que, pela voz de Arafat, ainda falam em paz e em negociações, sem prejuízo da
resistência mártir, servida já por mulheres, que outros sectores voltam a ensaiar.
No rescaldo da guerra do Afeganistão, Daniel Pearl, 38 anos,
jornalista do Wall Street Journal, raptado por gente que se autoproclama militante
de um desconhecido Movimento Nacional para a Restauração da Soberania do Paquistão,
foi transformado em moeda de troca e aguarda os bons do secretário de Estado
norte-americano, Colin Powell, que já discutiu o rapto com o presidente paquistanês,
Pervez Musharraf.
Sublinhe-se que o jornalista raptado, residente em Bombaim
mas a tentar encontrar pessoas ligadas à rede Al-Qaida de Usama bin Laden, foi
rotulado de agente da CIA, o que já levou a Casa Branca a afirmar que Pearl
era um "jornalista respeitado, mas sem ligação com o governo norte-americano".
Enquanto na Colômbia, o governo de Pastrana tenta, a todo
o custo, colar a guerrilha marxista ao grupo de bin Laden, tal como acontece
em muitos outros locais, incluindo no País Basco ou na Tchechénia, Colin e Bush
tentam controlar o descalabro económico da Argentina e os conflitos, à volta
de Caxemira, que envolvem a India e o Paquistão, duas potencias regionais que
possuem armas nucleares. Sublinhe-se...
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