No seguimento do inquérito promovido pela Página da Educação
sobre a gratuidade dos manuais escolares, cujo resultado demos conta na anterior
edição e no qual a esmagadora maioria dos inquiridos deu um parecer positivo
no sentido da sua concretização, damos agora a conhecer a opinião de professores,
encarregados de educação e editoras de manuais escolares. Longe de querer assumir
uma ponto de vista definitivo, as contribuições aqui expressas são apenas o
início daquilo que se pretenda seja um debate mais profundo sobre este tema,
cujas posições - como adiante se poderá constatar - estão longe de ser consensuais.
"Totalmente inviável"
Vasco F. Teixeira / Porto Editora
- Parece-nos totalmente inviável a gratuidade dos manuais escolares em todos
os níveis de ensino.
Portanto, numa política social moderna e responsável, a posição mais correcta
será, em nossa opinião, de que todos os alunos de famílias carenciadas tenham
acesso gratuito aos manuais escolares em todos os níveis de ensino.
No entanto, foi recentemente legislado pala Assembleia da República a gratuitidade
gradual e concertada com os agentes do sector dos manuais escolares e materiais
didáticos para os quatro primeiros anos de escolaridade. Em face desta realidade
legislativa será inevitável a regulamentação deste processo, no caso dos manuais
escolares do 1º ciclo do Ensino Básico.
- Há vários modelos de gratuidade de manuais e materiais escolaresnos diversos
países da União Europeia e Estados Unidos que diferem muto entre si e até
em função do tipo de organização das próprias escolas.
As escolas portuguesas do 1º ciclo não possuem armazém nem pessoal que possa
gerir o stock dos livros, o seu empréstimo aos alunos, a aquisição das quantidades
necessárias, etc. Transferir esse tipo de responsabilidades implicaria maiores
custos administrativos e uma sobrecarga desnecessária para as escolas.
Dado que o valor envolvido nos manuais e materiais destes anos de escolaridade
não é muito elevado, a melhor solução será, porventura, o apoio directo às
famílias, ficando os próprios alunos como proprietários dos manuais e materiais.
Esta solução teria ainda a vantagem de ter um impacto reduzido no mercado
editorial.
- A criação de um órgão certificador de manuais escolares é algo de aberrante
e incompatível com uma política de autonomia de gestão administrativa e dos
próprios currículos nas escolas e da liberdade de edição.
O actual processo de escolha, que se realiza ao nível das escolas pelo grupo
de professores de cada disciplina, é não só garante do controlo de qualidade,
pois são os próprios professores que escolhem a "ferramenta" com que irão
trabalhar com os seus alunos, como também permite a adequação ao projecto
educativo e realidade de cada escola, o que certamente não aconteceria com
uma identidade certificadora central. O actual sistema descentralizado tem
dado provas de ser funcional e eficaz, podendo ainda ser pontualmente melhorado,
nomeadamente através de uma maior investimento na formação de professores
para a difícil tarefa de avaliar e seleccionar os manuais escolares.
"Quem pode deve pagar"
Diogo Santos / Areal Editores
- A resposta a esta questão não é fácil. À partida, numa primeira análise,
pode parecer lógico que todos os equipamentos e recursos educativos, não só
os manuais escolares, considerados indispensáveis para o chamado ensino
obrigatório (até ao 9.º ano de escolaridade, inclusive) deveriam ser disponibilizados
aos discentes, sem que isso representasse, para eles, qualquer custo. No entanto,
e pensando numa lógica de justiça social, é nossa opinião que quem tiver possibilidades
de pagar, deve continuar a fazê-lo, possibilitando, deste modo, o aumento
dos benefícios a quem deles tem realmente necessidade.
- A implementação desta medida, em nosso entender, não deverá nunca colocar
em causa nem a diversidade de projectos apresentados nem a possibilidade de
serem apresentadas novas propostas pedagógicas.
Por outro lado, a decisão da escolha do manual escolar a utilizar em cada
escola deverá continuar a ser considerada no âmbito da escola, através de
um modelo semelhante ao vigente.
Se qualquer Governo tiver, de facto, vontade política de implementar a gratuitidade
dos manuais escolares, poderá fazê-lo recorrendo ao esquema já existente,
através dos Serviços de Apoio Social Escolar - para que mais alunos tenham
esse benefício, basta, para este assunto especificamente, alargar o intervalo
de abrangência.
- A resposta a esta questão pode ser encontrada quer na alínea e) do Art.
44.º da Lei de Bases do Sistema Educativo (garantia da qualidade pedagógica
e técnica dos manuais escolares) quer no Dec. Lei 369/90 (responsabilidade
da apreciação científico-pedagógica dos manuais escolares).
"Alguém os tem de pagar"
José Matias Alves* / Edições ASA
- Sobre esta questão, diria, em primeiro lugar, que não há manuais gratuitos.
Como dizia um célebre economista, não há almoços grátis. Alguém os tem de
pagar. A questão é então quem é que os deve pagar. Se as famílias se o Estado.
Sobre esta alternativa enuncio o princípio seguinte: as famílias que puderem
suportar os custos dos manuais devem suportá-los; às que não puderem deve
ser o Estado, através dos Serviços de Acção Social Escolar, a adquirir e facultar
esses livros, segundo um sistema idêntico ao que hoje existe. O importante,
nesta como noutras matérias, é garantir o acesso generalizado à educação e
ao usufruto dos materiais insdispensáveis, devendo o Estado, através de políticas
de discriminação positiva, dar mais a quem tem menos, e não dar o mesmo a
todos. Uma política cega do Estado distribuir gratuitamente manuais escolares
a todos os alunos, independentemente da sua capacidade económica, seria um
encargo injusto que todos os contribuintes teriam de pagar e uma medida de
alcance pedagógico duvidoso.
- Embora possa haver vários modelos de gratuitidade com implicações diversas,
destacam-se os seguintes efeitos possíveis (destacam-se os impactos negativos):
concentração da actividade editorial em grandes grupos económicos, tendência
para a redução de títulos, tendência para manter títulos desactualizados (por
efeito da pressão económica para manter o mesmo conteúdo), penalização do
mercado livreiro...
- Prefiro claramente que se mantenha o modelo vigente, nos seus princípios
e na sua filosofia, ainda que aperfeiçoando alguns dos seus dispositivos.
Isto significa que devem ser os professores organizados nas suas estruturas
pedagógicas que devem ter o poder e a responsabilidade de escolher (e certificar
as qualidades) os manuais escolares. Num tempo em que tanto se apregoa a autonomia
pedagógica e organizacional seria um contrasenso desautorizar os professores
e desapossá-los de uma competência de largos anos. Questão diferente é a de
saber se essa competência é bem exercida e se as condições da escolha possibilitam
uma decisão rigorosa e adequada. Mas as más decisies corrigem-se com uma maior
responsabilização e um maior controlo interno e externo dos actos praticados.
Não é criando mais órgãos de certificação, que aliás dificilmente poderiam
exercer cabalmente essa função, que as qualidades dos manuais seriam acrescidas.
Apesar de todas as insuficiências que possam existir, ainda prefiro um sistema
descentralizado, centrado na escola e na autonomia e competências dos professores,
impossível de ser controlado a priori por lobbies diversos ou por órgãos
de certificação por mais competentes que estes viessem a ser.
* opinião do signatário não traduz, necessariamente, a posição
da editora a que está ligado
"Gratuitos e reutilizáveis"
Vitor Sarmento / Confap
No entender da Confederação das Associações de Pais (Confap),
os manuais escolares devem ser gratuitos em todos os 3 ciclos do Ensino Básico.
Para o ano de 2003, o Ministério da Educação anunciou a gratuitidade para o
1º ciclo. A Confap elaborou recentemente uma proposta de criação de uma bolsa
de livros a criar em todas as Escolas do 2º e 3º ciclos, alargando ao Secundário,
em que seria possível os alunos depositarem os seus livros e, depois de verificadas
as suas condições, serem redistribuídos.
Naturalmente que qualquer das soluções impõe medidas de organização nas escolas
que possam vir a garantir o processo de reutilização, bem como da própria sala
de aula, dificultando o mais possível as conhecidas anotações nos livros por
parte dos alunos.
Claro que em primeiro lugar há que sensibilizar os alunos e famílias para a
preservação. Nesse sentido, também a aposta deve ser com eles e para eles dirigida.
Consideramos entretanto, que seria legítima a certificação prévia da qualidade
dos manuais escolares, que passaria pela criação de uma comissão, que poderia
ser integrada por entidades reconhecidamente capazes de garantir a qualidade
da observação e a independência de qualquer decisão que não fosse o da qualidade.
Independentemente destas medidas, consideramos que a política de aumentos de
preços dos Manuais escolares deveria merecer alguma arbitragem por parte do
Ministério da Educação. Não é aceitável que todos os anos ( e à margem inclusive
dos índices de inflação), este "produto" de primeira necessidade não tenha regras
definidas para os seus aumentos.
Estamos convictos que estas medidas ajudariam muito as famílias Portuguesas,
em particular as mais carenciadas socialmente e naturalmente também as mais
numerosas.
"Gratuitos e certificados"
Isabel Baptista / Universidade Portucalense
- Sim, na medida do possível os manuais escolares devem ser gratuitos. Sobretudo
ao nível da escolaridade obrigatória. Enquanto mediadores curriculares, os
manuais escolares constituem importantes ferramentas pedagógicas ao serviço
do processo ensino-aprendizagem. Não esqueçamos que o manual continua a funcionar
como o "livro do aluno", com tudo o que isso implica em termos culturais e
educacionais num país ainda fortemente marcado pela pobreza e pela exclusão
social. De lembrar ainda que, enquanto factor essencial do desenvolvimento
humano, conforme reconhece a UNESCO em todas as suas declarações, a educação
constitui um dos direitos humanos fundamentais que, como tal, deve ser garantido
universalmente.
- De acordo com que foi afirmado anteriormente, a gratuitidade dos manuais
escolares só pode ser equacionada no quadro de uma verdadeira democratização
do ensino respeitando, consequentemente, a autonomia de escola. Concretamente
no que se refere aos manuais escolares, este respeito passa pelo alargamento
do espaço de decisão curricular que cabe a cada território educativo e pela
valorização da autoridade profissional dos professores enquanto actores privilegiados
neste processo de decisão. Passa também, naturalmente, pela liberdade efectiva
que cada território deve ter para gerir um orçamento próprio, um orçamento
à medida do reconhecimento do papel decisivo da educação no processo de desenvolvimento
das pessoas e das comunidades.
- Sim, os manuais devem ser certificados. Este imperativo decorre da exigência
de dignificação do acto pedagógico e da própria profissão docente. Do meu
ponto de vista, qualquer orgão "certificador" deverá integrar, entre outros,
representantes dos professores, com destaque aqui para as associações socio-profissionais.
"Prefiro apoios sociais"
Ricardo Vieira / ESE Leiria
- Se a resposta fosse para pensar unicamente "a preto ou branco", diria que,
se há uma escolaridade obrigatória, também os instrumentos básicos para a
prossecução de tais estudos, entre os quais os manuais escolares, deveriam
ser gratuitos. Contudo, numa perspectiva menos pragmatista, prefiro continuar
a defender que a gratuitidade dos manuais escolares não serve para resolver
ou, pelo menos, atenuar as desigualdades entre os alunos que acedem à escola,
quer por força da Lei quer por vontade própria. Prefiro pensar a questão pelo
lado dos apoios, necessários e urgentes, a determinados alunos com reconhecidas
carências financeiras. Apoios sociais, do SASE, de bolsas a criar, etc., por
forma a beneficiar efectivamente alguns alunos e famílias, para quem, de facto,
andar na escola não implica apenas um maior dispêndio, no início de cada ano
lectivo, com os manuais escolares. Há toda uma grande factura a pagar para
andar na escola que a muitos muito custa e a alguns nenhum prejuízo acrescenta
na economia do lar.
- Teríamos de ter uma comunidade educativa a funcionar efectivamente de mãos
dadas com a organização escolar. Conhecer as carências económicas dos alunos
obrigaria à actuação de um órgão que tivesse representado todos os interesses
da comunidade, associações de pais, autarquias, comissões de moradores, assistentes
sociais, etc. para além dos habituais técnicos que realizam tal serviço, demasiadas
vezes centrados apenas numa visão de gabinete.
- Sim, deveriam ser certificados. Há demasiados erros científicos e pedagógicos,
para além de erros ortográficos. Se é verdade que um manual não é o programa;
se é verdade que este é uma das muitas vias para desenvolver um programa;
se a variedade de tipos de manual para cada disciplina até é desejável para
tornar mais plural e localizado o desenvolvimento curricular, sou, contudo,
de opinião que a qualidade deverá ser certificada. A criação de um órgão certificador
evitaria os erros referidos. Tal órgão certificador dos manuais escolares
deveria ser constituído não só por quadros do ministério da educação, que
é quem idealiza os programas a implementar, por cientistas das várias áreas
disciplinares, universitários ou não, por pedagogos, e, ainda, por representantes
das associações de pais e das ordens ou associações científicas ligadas às
diferentes disciplinas em apreço.
"Gratuito na escola pública"
Raul Iturra / ISCTE
- O manual escolar deveria ser organizado na base do contexto sócio-económico.
Nomeadamente através de conceitos metafóricos que permitam à criança entendê-lo,
tal e qual muitos de nós, investigadores, temos defendido em textos publicados.
Se o manual escolar fosse resultado de uma pesquisa cultural, deveria ser
maioritariamente gratuito para famílias de capacidade económica reduzida e
ser pago pelas famílias de maiores recursos, isto é, gratuito nas escolas
públicas, pago a preço justo nas privadas.
Por outro lado, se a sua produção resultasse de um entendimento etnográfico
da população, com textos que comparassem Portugal com outro povos, ou com
outros grupos, de forma a relativizar o etnocentrismo português, esse manual
deveria ser distribuído gratuitamente. Mas isto apenas se resultasse de um
estudo e não da ideologia do grupo que governa, como aconteceu na época da
ditadura, na qual os textos eram divulgados de forma a fazer-se acreditar
na
ideia do "lar, doce lar", o que, de facto, nunca foi nem será. Ainda menos
nesta época de economia globalizada. Nesse sentido, o manual escolar pode
constituir um perigo: pode passar a ser não um texto de ensino-aprendizagem,
mas apenas um texto de subordinação à ideologia hegemónica.
- Penso que a resposta a esta parte do inquérito está implícita na resposta
anterior. Julgo que caberá ao Ministério da Ciência gerir esta questão, para
a qual deveria estar em contacto com todos as associações profissionais de
docentes, de forma a saber o que se deve ensinar e como deve ser ensinado.
Com uma pedagogia mais ligada à realidade, que, aliás, a criança conhece de
cor. A escola, através dos manuais, leva a criança a fantasiar os tempos passados.
Essa fantasia, como imaginário, deve ser abordada no contexto cultural que
a criança entende, e muito bem, embora não tenha palavras para exprimi-la.
No entanto, não é papel do professor substituir essa procura de conceitos,
mas sim incutir o prazer pela procura de respostas. Tal e qual temos feito,
muitos de nós investigadores, com grupos de crianças de vários países e de
vários continentes; a criança aprende com o melhor dos manuais: o seu caderno
de pesquisa, o lápis e a borracha, com genealogias contextualizadas e com
a ressurreição, na mente do adulto, da memória social que esse adulto conhece.
- Certificar os manuais? Quase que nem me atreveria a responder. Há três
ministérios que estão relacionados com a criança: o da Educação, o da Ciência
e o da Cultura. O da Educação, infelizmente, gere apenas as instituições,
não o saber nem a pedagogia. O da Ciência confere os instrumentos de pesquisa,
que passaram a basear-se no uso de um computador pessoal na escola, nem sempre
disponível e nem sempre com o correspondente em casa. O ensino pela ciência
é uma parte do processo educativo, para o qual necessita de docentes instruídos
em pesquisar factos, não a pedagogia. A certificação dos manuais escolares
deveria passar pelos próprios pais e docentes do estabelecimento de ensino,
por professores qualificados para o fazer e não através de burocratas do Ministério
da Educação. Quem também deveria, ou poderia, certificar, seria um grupo nacional
de Pedopsicólogos, Sociólogos e Antropólogos da Educação, que estivessem em
estreita ligação com as escolas.
"Gratuitos no básico"
Américo Peres / UTAD
Não concordamos que os manuais escolares sejam gratuitos em todos os níveis
de ensino.
Em relação à escolaridade básica - gratuita e universal - os manuais têm que
ser gratuitos. No que diz respeito aos outros níveis de ensino, dado que não
integram o conceito de educação básica de todos os cidadãos, nos termos constitucionais,
não devem ser gratuitos. Entendemos que seria socialmente injusto, e quem pode
mais deve contribuir para eliminar as desigualdades educativas. No entanto,
se conseguirmos reinventar uma nova cultura democrática - democratização sociocultural
- consideramos que seria uma utopia desejável em todos os níveis de ensino.
Quanto aos manuais escolares serem certificados, levantam-se algumas questões
em torno das políticas educativas. Sabemos que esta problemática não é prioritária
na agenda política. Raramente a educação ganha centralidade nos debates públicos,
tentando desocultar o que está por detrás das decisões que configuram a escolha
dos manuais escolares. As políticas educativas, ao não se comprometerem com
a produção de materiais curriculares de reconhecida qualidade técnica, científica,
pedagógica e sem vozes ausentes do curriculum, continuam prisioneiras de ideologias
neoconservadoras e neoliberais.
Os discursos, em vez de irem ao miolo da questão, culpabilizam o ensino e a
educação de todos os males da sociedade (crise de valores, pobreza, falta de
competitividade na economia, etc.) deixando ao critério de cada escola a sua
respectiva escolha.
Na verdade, em Portugal, não existe um estudo sério sobre os manuais escolares.
Todavia, reconhecemos a sua importância para o combate da iliteracia. Actualmente,
ouvimos e lemos alguma polémica em torno destes materiais curriculares, dizendo-se
que, apesar da sua proliferação, não cumprem as funções para que foram criados
- representar e materializar o conhecimento escolar -, tendo em linha de conta
a psicologia da aprendizagem, a interdisciplinaridade e o mundo global, nacional
e, especificamente, regional e local.
Recordamos que alguma comunicação social tem feito circular a informação de
que alguns textos manipulam o curriculum, outros não cumprem as orientações
dos programas específicos e, mais grave ainda, alguns estão mal estruturados
pedagógica e didacticamente, possuindo até erros científicos.
Neste contexto, é urgente mudar de caminho e assumir a mudança com valentia
cívica. Os manuais não podem ser apenas uma questão recorrente na educação,
mas exigem uma abordagem mais profunda a nível filosófico, político e sociológico
sobre a forma como são seleccionados e organizados os conteúdos escolares e
quais as alianças estabelecidas entre o Estado os "experts" e as editoras na
produção destes materiais escolares.
Assim, somos de opinião que deveria ser constituída uma comissão independente
alargada aos vários actores e parceiros educativos, numa dinâmica policentrada,
por forma a avaliar a qualidade científica, técnica e pedagógica dos materiais
escolares, sem descurar a diversidade de contextos sociais e educativos.
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