Verbas para Educação crescem mais devagar
A despesa global com a Educação volta a crescer na proposta
de Orçamento de Estado (OE) para 2002, passando de 1,3 mil milhões de contos
em 2001 para 1,4 mil milhões de contos (7251 milhões de euros), mas o ritmo
de crescimento das verbas diminui nalgumas áreas, quando comparado com o crescimento
entre os orçamentos de 2000 e 2001. Na actual proposta do Governo, as despesas
na área educativa passam a representar 5,6% do Produto Interno Bruto, contra
os 5,8 do OE anterior, embora assumam maior importância no conjunto das despesas
da Administração Central, passando de 15,1% para 15,6%. O abrandamento do ritmo
de crescimento das verbas que se regista na proposta de OE para 2002 - por oposição
ao crescimento verificado em 2001 - atinge particularmente o Ensino Superior,
que receberá 209,4 milhões de contos (1040 milhões de euros), mais 11,3 milhões
que em 2001
Sérgio Vitorino
Jornal de Notícias
16.10.01
Dinheiros públicos beneficiam escolas privadas
"O Sindicato dos Professores da Região Centro criticou ontem o aumento do
financiamento público aos colégios privados no ano de 2000, que passou para
13 milhões de contos na área da sua influência. O coordenador do sindicato,
Mário Nogueira, disse em conferência de Imprensa que, segundo os números publicados
no Diário da República de 1 de Agosto, na Região Centro os colégios privados
aumentaram o seu financiamento público em 20,5 por cento, passando de cerca
de 10,3 milhões de contos em 1999, para mais de 13 milhões em 2000. (...) Mário
Nogueira referiu que estes números, agora oficiais e conhecidos, confirmam o
que o sindicato já tinha dito a meio do ano: "Que o aumento foi muito grande,
superando os 20 por cento num ano em que as escolas públicas tiveram cortes
significativos". "São números que contrastam e chocam, porque são números que
as escolas públicas não têm. Ao que parece, o dinheiro só existe para os colégios
privados", realçou".
Correio da Manhã
10.10.01
Faltam professores e têm de ser bons
"O Mundo necessita de mais 15 milhões de novos professores para alcançar,
em 2015, o objectivo da educação básica para todos. E não apenas para dotar
as crianças das competências indispensáveis. Estes profissionais "são chamados
a desempenhar um papel essencial na educação preventiva, na educação para uma
cultura da paz e numa educação que lute contra a discriminação". (...) A escassez
de professores não é sequer um problema exclusivo dos países pobres. Dos 15
milhões de docentes em falta, dois milhões cabem aos Estados Unidos da América,
esclareceu o subdirector da UNESCO, John Daniel. Sublinhando a "grave escassez"
de professores "qualificados e experientes", as organizações lembram, no entanto,
que os 59 milhões de docentes existentes no Mundo hoje constituem o grupo de
cidadãos com a mais elevada preparação".
Alfredo Maia
Jornal de Notícias
06.10.01
Fenprof critica política do Ministério
"Em 2001 /02, foram colocados menos 2596 professores da educação especial
face ao ano passado, não tendo o Ministério da Educação considerado o levantamento
do número de alunos com necessidades educativas especiais efectuado pelas escolas,
acusa a Federação Nacional de Professores (Fenprof). (...) Segundo os números
da estrutura sindical, foram ainda colocados no apoio educativo e no corrente
ano lectivo 3412 professores não especializados. Os valores diferem dos apresentados
pelo anterior ministro da Educação, Augusto Santos Silva, segundo o qual para
o corrente ano lectivo foram colocados a concurso de destacamento "4338 lugares,
apenas para apoio a crianças com deficiência e 2300 para professores de apoio
educativo".
A Capital
22.10.01
Recusa
"Não se pode responder a actos tão atrozes como os cometidos
no passado 11 de Setembro provocando novas vitimas numa população alheia aos
presumíveis culpados dos mesmos. Isso só se pode definir como vingança indiscriminada
e não como justiça."
Jaime Pastor
El Mundo
14.10.01
Guerra
"Qual gato escondido com o rabo de fora, a questão do controlo
dos recursos petrolíferos da Ásia Central é o inevitável catalisador da presente
guerra".
Manuel João Ramos
Diário de Notícias - DN, 23.10.01
Mudanças
"Da próxima vez que Bush afirme que o mundo mudou, depois de
11 de Setembro, deveria pensar cuidadosamente no que diz (...) O que verdadeiramente
mudou foram as percepções da opinião pública estadunidense e as suas prioridades.
O que não mudou foi a compreensão aparentemente estreita de um mundo complexo,
contraditório e interdependente para o qual não há definições definitivas nem
respostas fáceis."
The Guardian, 24.10.01
Complexos
"Com a leve tendência paranóica que todos nós temos, cada um
pensa que é o único alvo do mundo e que em relação aos outros existe um silêncio
complacente."
Eduardo Prado Coelho
Público, 26.10.01
Raça humana
"Sinto-me mal por pertencer a uma raça humana que não merece
respeito nenhum. (...) Entre Mr. Bush e Bin Laden, não há diferença - ambos
são criminosos, ambos estão no mesmo ponto de evolução."
Maria João Pires
Público, 27.10.01
Europa
"Falta Europa à Europa. Falta uma visão, uma estratégia, um
ideal, uma liderança. É por isso que a América continua a ser tão decisiva."
Manuel Alegre
Expresso, 27.10.01
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