O senhor George W. Bush, o republicano que venceu as eleições
para a presidência dos Estados Unidos da América obtendo menos
meio milhão de votos do que o derrotado candidato democrata, Al Gore,
rasgou tratados antigos e está empenhado numa nova guerra de estrelas
agora denominada Sistema de Defesa Antimissil
O senhor George W. Bush, texano que já ocupou a cadeira
de governador do Estado de onde negou um recorde de indultos a condenados à
morte, feito que muito o orgulha, rasgou o acordo de Quioto sobre as emissões
de poluentes para a atmosfera e está empenhado em garantir que a ecologia
não prejudique a indústria americana.
O senhor George W. Bush, cujo mandato presidencial abriu praticamente
com um injustificado e unilateral bombardeamento a Bagdad, numa acção
que quase parecia uma espécie de salva de tiros para celebrar a chegada
à presidência, faz sobrevoar as águas territorais chinesas
por aviões espiões e indigna-se quando um deles é obrigado
a aterrar em território chinês.
A presença militar norte-americana na Colômbia,
a pretexto da luta contra a produção de droga, é já
encarada como uma espécie de Vietnam e não apenas pelas instituições
ou políticos anti-americanos do costume. Na América do Sul há
países, como o Brasil, que não escondem preocupações
por força de tais políticas que também encontram opositores
na própria América.
A América do senhor George W. Bush, a mesma pátria
de Hemingway (o que bebia "mojitos" na "Bodeguita Del Medio", em Havana,
e escreveu "El viejo y el mar") não foi eleita para a Comissão
dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
Menos mal, que é como quem diz do mal o menos.
Afinal não é inevitável que os Estados
Unidos se tornem na polícia do mundo como muitos (e não apenas
norte-americanos) gostariam que a chamada única super-potência
sobrevivente assumisse.
João Rita
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