Dia primeiro: o MAIOR, sem dúvida!
Não é por acaso que muitos dias "Mundiais,
Nacionais, ou Internacionais" são contestados por não se
lhes ver necessidade ou até por, eventualmente, subtraírem valor
ao que supostamente seria devida homenagem. Penso, a este propósito,
muito particularmente em 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Que
então por que não há o Dia do Homem .. e o dia do Gato,
etc., perguntam vozes que se sentem mal consigo próprias. É uma
efeméride apodada de veículo de autodiscriminação.
Excepção para o dia de Trabalhador, entre muitas
outras, naturalmente, era o que faltava que em Portugal alguém se interrogasse
acerca do dia da Liberdade. O 1º de Maio é uma marca indelével
no planeta que habitamos. No entanto, assim como o sol, ainda não é
em todas as extensões superficiais da Terra que brotam flores em forma
hino a essas mãos, a essas mentes, a esses corações, a
essas lágrimas e risos que cantam o valor do trabalho, agora até
é preciso falar também de emprego, e dos seus promotores e artífices.
Mas, a Maio, ainda são associadas automaticamente as
Mães da Praça em Buenos Aires, o de 68 em Paris, por exemplo.
No mesmo mês e logo no dia de entrada comemora-se o Dia
internacional da Liberdade de Imprensa. Aqui está uma data sobre a qual
é imperioso reflectir e reflectir muito. Até que ponto os fazedores
de notícias, note-se que não penso, no momento, em autores de
artigos de opinião, que estes também não estão impunes
quanto à expressão da dita, até que ponto e em que medida
esses jornalistas entendem "à séria" do que estão
a falar, escrever, seleccionar, relevar, subvalorizar, etc. Quem é a
pessoa que subscreve estas linhas para mandar palpites sobre a questão?
Não mais do que alguém muito preocupado com as coisas da educação,
um assunto de primeira qualidade e que nem sempre como tal é tratado.
Juízos de valor? Nem pensar! Ou melhor, pensando bem, algumas cogitações
ocupam a minha cabeça. Arrisco opinar que há falta de educação,
no sentido de formação, diga-se, dos tais autores menos felizes,
menos informados, menos autónomos, quem sabe? Urge atacar a questão
e nós, professores, nós, sindicalistas não podemos demitir-nos
da luta.
Desculpem e permitam o parênteses, que não será
tão descabido quanto isso, digo eu, ouvi agora mesmo na rádio,
na Antena 1, na rubrica "Ideias e Negócios" o comentador afirmar
que o barómetro das economias referia que o desenvolvimento de um país
se media pela capacidade de uma criança de 13 anos aprender Matemática.
A ideia não era do transmissor, mas que alguém que supomos idóneo
encontrou esta unidade de aferição, é verdade e pode ser
mote que mereça glosa.
Deixemos a matemática, com alguma mágoa pessoal,
confesso, mas tenhamos consciência de que a mola real de todo o desenvolvimento,
nomeadamente aquele por que nos batemos é, sem sombra de dúvida,
o que já foi afirmado ser a paixão pelo chefe do governo de Portugal.
Fechar o parênteses.
E não é com desencantos, com baixar de braços,
com motores em ponto morto que se mudam as mentalidades e se julga/acusa o poder.
Não é, amigos e amigas, toda a luta é de cada um e de todos.
E os beneficiários directos são os alunos e as alunas! Pois são!
Final de mês, véspera do Dia Mundial da Criança.
Curioso.
Iracema Santos Clara
|