Livros
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O Primeiro de Todos os Ofícios
José Matias Alves
Edições Asa
pp. 78
Organizados em quatro grandes temas - o professor, o aluno,
a escola e as políticas educativas - os textos aqui reunidos procuram
mostrar o peso e a leveza dos quotidianos, o difícil ofício de
ser professor num contexto turbulento e caótico, a errância dolorida
da condição estudantil, as faces ambíguas das políticas
educativas e a precaridade da escola, esse lugar simultaneamente frágil
e portador das sementes de um futuro melhor.
Trata-se de compreender porque razões o ofício
de professor é o primeiro de todos os ofícios; de resgatar uma
imagem profissional afundada pelo peso da inércia e das contradições,
de expressar uma funda solidariedade em relação às pessoas
que moram nos alunos e professores; de desnudar os mitos brilhantes e mudos
que nos aprisionam; de traçar alguns caminhos, de enunciar algumas hipóteses
que permitam saídas (mesmo precárias) dos labirintos onde muitas
esperanças se vão perdendo.
Isto não é uma Maçã
Caracterização etnográfica da aula
de Língua Estrangeira como instância comunicativa específica
Maria Ausenda Babo
Edições Asa
pp. 47
Este caderno visa contribuir para o melhor conhecimento da
textura discursiva que caracteriza a aula de Língua Estrangeira, no dizer
de Robert Bouchard "um dos tais lugares que à força de serem
frequentados quotidianamente se tornam invisíveis e, por conseguinte,
injustificáveis e intransformáveis".
Assim, para dar visibilidade ao que ocorre na aula de Língua
Estrangeira, procede-se aqui à sua descrição, como uma
situação regida por normas específicas de funcionamento
comunicativo; para a justificar, é analisado um certo número de
condicionalismos que sobre ela pesam e é levada a cabo uma reflexão
sobre as repercussões que estes últimos exercem sobre a natureza
e a estrutura das trocas verbais.
Escrever em Português
Didáticas e práticas
Mª Luísa Álvares Pereira
Edições Asa
pp. 414
O ensino da escrita ocupa, neste momento, o centro do debate
em torno da construção do sistema didático em Língua
Materna. Os professores de Português, enquanto principais responsáveis
pelo processo de aprendizagem de uma competência verbal que não
convive pacificamente, nos termos em que actualmente é concebida, com
a organização curricular tradicional desta disciplina, vivem momentos
decisivos e críticos na sua tentativa de integrar a produção
verbal escrita nas suas aulas. Fazer esta integração correctamente
é, no entanto, garantia de um grande contributo para um mais correcto
conhecimento e domínio da Língua Portuguesa por parte dos alunos.
Tentar perceber as diferentes lógicas em que se posicionam
alguns docentes, intentando, ao mesmo tempo, uma problematização
dos próprios parâmetros definitórios de uma Didáctica
da Escrita e contribuindo, assim, quer para um melhor conhecimento do terreno
da(s) prática(s) quer para uma melhor compreensão do campo da(s)
didática(s) do domínio escritural, eis os objectivos deste livro,
cujas reflexões são susceptíveis de ajudar todos os professores
de Português a (re)definirem a sua actividade profissional de uma forma
mais rigorosa e mais consentânea com o público escolar de hoje.
Diário de uma Professora
Mª Amélia de Sotto Maio Jorge
Edições Asa
pp. 93
"Fui, talvez, um dos primeiros leitores deste diário.
E à medida que o ia lendo fui vendo os sentidos de uma profissão:
a dávida, o compromisso, a persistência, a compaixão. Fui
sentindo o pulsar de uma vida feita de encontros e desencontros, de alegrias
e tristezas. E fui respirando a maresia que se desprendia das palavras e dos
silêncios, o encantamento de uma prática profissional que se desenrola
em toda a sua complexidade, em todos os seus paradoxos, em todo o seu amor pelo
próximo.
(Retirado da nota introdutória, de José Matias
Alves)
Filosofia da Educação: Temas e Problemas
Adalberto Dias de Carvalho (org.)
Edições Afrontamento
pp. 149
O conjunto de estudos que constitui este livro desenvolve algumas
das grandes questões que subjazem à problemática da educação
contemporânea, na perpsectiva da filosofia da educação.
Assim, a partir de um levantamento sinóptico das perplexidades que, diante
da educação, se colocam à filosofia - desde o próprio
estatuto da filosofia da educação à identidade da pessoa
humana no âmbito dos projectos educativos, passando pelo questionamento
dos pressupostos da pedagogia ambiental, e da educação intercultural
e dos direitos humanos numa óptica acentuadamente antropológica
-, surgem outras reflexões, de vários autores, que procedem a
uma abordagem crítica de aspectos tão importantes como a violência,
a esperança, a falibilidade e o projecto, a utopia, a tolerância,
o estatuto do sujeito e ainda o prazer em educação.
O Estatuto da Carreira Docente
Comentado e anotado
Fátima Anjos
Ilda Guedelha Ferreira
Texto Editora
pp. 176
Nesta obra, as autoras procuraram essencialmente dar o seu
contributo para um maior e melhor esclarecimento dos docentes quanto ao desenvolvimento
da sua carreira profissional, colocando ao serviço destes profissionais
os conhecimentos adquiridos, ao longo de vários anos de experiência,
na área da educação. O seu objectivo essencial é
contribuir para a discussão, ao nível da hermenêutica, das
várias disposições legais contidas no estatuto que enquadram
o regime jurídico dos direitos e deveres dos educadores de infância,
dos docentes dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário.
Esta obra constitui sobretudo um convite à reflexão e ao debate
aberto sobre os temas nele abordados. Para além disso, tem o mérito
de reunir toda a legislação avulsa regulamentar, actualizada,
que tem vindo a ser publicada complementarmente ao Estatuto.
Introdução a Jean Piaget
Annie Chalon-Blanc
Instituto Piaget
pp. 268
Esta obra, de estilo oral, é muito viva! Retoma de forma
didáctica os principais conceitos piagetianos e ordena-os em torno de
uma questão central: desde que partamos de histórias diferentes,
como construímos os utensílios do pensamento? Qual é a
génese da inteligência de todos?
A autora é levada à tomada de consciência
da ausência de fundamentos de certas críticas: a afectividade,
por exemplo, não foi escamoteada por Piaget (especialista da inteligência
lógica, enquanto epistemólogo), questão à qual atribui
um papel primordial. A autora ajuda-nos a ser melhores leitores de Jean Piaget:
faz-nos abandonar alguns preconceitos e aprender a distinguir a psicologia diferencial
(abordagem, aqui, da diversidade de atitudes e dos métodos intelectuais),
a psicologia genética (estuda da génese dos processos psíquicos
não excluindo a abordagem diferencial) e a epistemologia genética,
disciplina fundada por Jean Piaget, cujo objecto é o estudo dos processos
racionais comuns a todos. Límpida, original pela sua organização,
esta obra permite uma leitura aprofundada sobre a noção de estádio.
Psicologia da Educação
Gaston Mialaret
Edições Piaget
pp. 150
A educação é um grande domínio
com numerosas facetas. Toda a gente fala dela - nem sempre com muita pertinência
- e as confusões na linguagem são numerosas. Querendo falar de
psicologia da educação, utilizam-se termos ou expressões
como psicopedagogia, psicologia escolar, psicologia da escola, psicologia aplicada
à educação, psicologia da criança, psicologia na
escola, psicologia do estudante...
A lista poderia alongar-se. Esta imprecisão na linguagem
- e esta confusão entre as disciplinas ou actividades não exactamente
sobreponíveis - traduz bem que os interlocutres têm uma ideia incongruente
do conceito de psicologia da educação.
O objectivo deste livro é, desde logo, definir, exactamente,
o que se entende por psicologia da educação e indicar sumariamente
os principais domínios desta disciplina. Para tal foi seguido, pelo autor,
o seguinte plano: definição; aspectos psicológicos da instituição
educativa; a acção educativa; análise psicológica
dos conteúdos; problemas psicológicos das didácticas; psicologia
da avaliação escolar. Um livro essencial.
Rimas Infantis: a poesia do recreio
Clara Sarmento
Edições Afrontamento
pp. 115
As rimas infantis constituem um imenso património marginal
em permanente mutação, de valor incalculável no processo
de socialização a que todas as crianças são mais
ou menos sujeitas pelos seus pares na complexa sociedade do recreio, preâmbulo
da sociedade adulta. No entanto, e à medida que essas crianças
crescem, as rimas infantis parecem ser voluntariamente esquecidas, como se fossem
testemunhos incómodos de uma infantilidade que a adolescência já
não pode comportar. Se a memória individual lhes recusa um espaço
próprio, já o mesmo não pode suceder com a memória
colectiva empenhada na conservação e estudo deste património
poético singular.
(...) Este ensaio, e respectiva proposta de categorização,
nasceu de uma recolha efectuada em escolas do 1º e 2º ciclos do ensino básico
e em instituições equivalentes, na área urbana do Grande
Porto. (...) Deste trabalho de campo resultou uma colecção de
largas dezenas de composições mais ou menos inéditas, que
não pretende constituir, porém, um levantamento exaustivo do património
existente. Iremos debruçar-nos preferencialmente sobre rimas infantis
que não foram ainda abordadas de forma sistemática por cancioneiros
e estudiosos (...).
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