"A erradicação da pobreza em todo o lado é mais do que um imperativo moral e do que um compromisso de solidariedade humana. É uma possibilidade prática e, a longo prazo, um imperativo económico para a prosperidade global", lê-se no relatório do PNUD 1997. O PNUD vai mais longe e lembra que a pobreza ao deixar de ser inevitável deixa também de ser tolerável: "Chegou a altura de erradicar, numa década ou duas, os piores aspectos da pobreza humana e de criar um mundo mais humano, mais estável e mais justo". O Relatório do PNUD garante que o objectivo da erradicação da pobreza é mais do que viável e é. seguramente, mais viável do que a maioria das pessoas pensa, embora reconheça que há oposição e obstáculos levantados por interesses ocultos, além do cepticismo e da incredubilidade. "A libertação da pobreza tem sido de há muito um compromisso internacional e um direito humano. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 afirmou o princípio de que toda a pessoa tem direito a um nível de vida adequado à saúde e bem estar pessoais e da sua família, incluindo comida, roupa, habitação e cuidados médicos e serviços sociais necessários", lembra o PNUD. Este compromisso tem sido, nos últimos anos, reafirmado e clarificado nas declarações e nos planos de acção adoptadas em muitas conferências mundiais: conferências sobre crianças (1990), sobre ambiente e desenvolvimente sustentável (1992), sobre direitos humanos (1993), sobre população e desenvolvimento (1994), sobre desenvolvimento social (1995), sobra mulheres (1995), sobre povoamentos humanos (1996) e sobre segurança alimentar (1996). Nesta década, praticamente não houve ano sem um compromisso mundial no sentido da erradicação da pobreza. Na cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, realizada em 1995 em Copenhague, a maior cimeira de sempre com 117 chefes de Estado e 185 governos representados, os países assumiram pela primeira vez compromissos claros para erradicar a pobreza, e não apenas para aliviá-la. "Nós comprometemo-nos com o ojcetivo de erradicar a pobreza no mundo, através de acções nacionais decisivas e cooperação internacional, como um imperativo ético, social, políítico e económico da humanidade", acordou a Cimeira de Copenhague como recorda o PNUD. Todos aqueles compromissos e os sucessos de muitos países na redução rápida de muitos aspectos da pobreza tornam a inacção imoral. A acção necessária, no entanto, só será acelerada e incentivada se todos os países, incluindo os industrializados, desenvolverem uma nova visão da possibilidade de erradicar a pobreza e um sentido mais forte de como beneficiarão com isso. "Os benefícios potenciais da redução da pobreza são muitas vezes questionados, mas uma vez que aparecem são considerados dados adquiridos", lê-se no relatório 97 do PNUB que lembra que por fim à pobreza requer um espaço democrático, no qual as pessoas possam articular as suas exigências. agir colectivamente e lutar por uma distribuição mais equitativa do Poder. SEGUNDA NOTA DE RODAPÉ, AINDA COM A URGÊNCIA DE UM TEXTO EM MAIÚSCULAS É TAMBÉM A POLÍTICA, E NÃO APENAS A ECONOMIA, QUE DETERMINA O QUE FAZEMOS - OU NÃO FAZEMOS - EM RELAÇÃO À POBREZA HUMANA. E PARA ENFRENTAR A POBREZA O QUE FALTA NÃO SÃO OS RECURSOS E SOLUÇÕES ECONÓMICAS MAS SIM O ÍMPETO POLÍTICO.
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