Apesar de todas as notícias que têm vindo a público, os presidentes dos Institutos Politécnicos recusam-se a admitir que o Ministério da Educação vá mesmo impedir estas instituições de ensino superior de concederem os graus de mestre e doutor. O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Luís Soares, nem quer pensar nesta possibilidade e espera que o ministro tenha um «espírito aberto» em relação a questão.
A Lei-Quadro do Ensino Superior que o ME pretende apresentar em Janeiro à Assembleia da República pretende, entre outras coisas, clarificar as funções e graus académicos de cada subsistema ? politécnico, universitário, público e privado ? colocando um ponto final nas indefinições existentes no ensino superior e estabelecendo muito claramente a função de uns e de outros. Este pretensão do Governo poderá colocar um ponto final nos desejos dos politécnicos de formarem o seu quadro docente.
Em relação a este assunto o CCISP ainda mantém a esperança no ministro da Educação, mas quanto às descativações orçamentais em 1999 não poupa críticas à equipa liderada por Guilherme d?Oliveira Martins. O que aconteceu foi que no início do ano não foi dado o reforço orçamental relativo ao aumento dos salários dos professores, o que obrigou os politécnicos a «recorrerem sistematicamente aos orçamentos de receitas próprias, impedindo as escolas de os utilizar quer no funcionamento normal, quer na melhoria da qualidade».
O CCISP está igualmente preocupado com a integração das escolas superior de enfermagem e de saúde nos institutos politécnicos, uma vez que o prazo estabelecido em Conselho de Ministros para o processo estar concluído acaba no final de 3 Dezembro e nada está feito, nem se sabe como vai ser.