Página  >  Edições  >  N.º 80  >  Livros

Livros

AS MEMÓRIAS QUE SALAZAR NÃO ESCREVEU

Albano Estrela
Edições Asa
pp. 123

"Um amigo meu, que da coisa política tinha o sentido da oportunidade e do humor a mestria, queixava-se de Salazar, no dia seguinte à sua morte, por este não ter deixado escritos íntimos - nem memórias, nem diário. Apenas agendas, com as anotações do dia-a-dia, apenas cartas, que não davam a dimensão da densidade, da complexidade do personagem. E acrescentava que, se esses escritos nunca viessem a aparecer, a Pátria ficaria viúva, duplamente viúva: do homem e da sua alma. Por isso, concitava os intelectuais, "urbi et orbi", a meterem mãos à obra, a fim de produzirem o diário que nos faltava e, assim, colmatarem tão grande falha na História de Portugal.
Uma brincadeira... que eu tomei a sério, vinte e tal anos depois, em dia em que me faltava assunto para a as minhas ficções e me sobrava curiosidade pela figura de Salazar".

A VIAGEM DE THÉO

Catherine Clément
Edições Asa
pp. 602

Deus existe? Será essa uma pergunta com ou sem resposta? O que fazem milhões de pessoas à face da Terra para crer em Deus? Deve haver uma razão! De Jerusalém a Benares, passando por Roma ou Instambul, por Praga e pela Baía, por Moscovo e por Jacarta, através da Europa, da Ásia, da América e da África, o jovem Théo e a sua tia Martha vão dar uma volta ao mundo das religiões para encontrar no terreno as respostas a essa questão vital. Odisseia espiritual, a viagem de Théo leva-o ao encontro de homens sábios capazes de lhe iluminar o espírito e acalmar o coração. Porque Théo tem catorze anos e está muito doente...
A Viagem de Théo, o grande romance das religiões e provavelmente a obra-prima de Catherine Clément, tem conhecido em todos os países um sucesso só comparável ao que acolheu o "Mundo de Sofia" ou "O Diabo dos Números", romances que se lhe aparentam no propósito de abordar pela ficção grandes temas do pensamento humano.

QUE ISLAMISMO AÍ AO LADO?

François Burgat
Edições Instituto Piaget
pp. 322

Iconoclasta e revigorante, esta obra tem o enorme mérito de rejeitar toda a leitura do fenómeno islamita que se apoia na exegese dos versículos do Corão e sobre o estudo de um Islão intemporal e intangível. A ressurgência de categorias da cultura islâmica, segundo o autor, não alimenta (...) uma mas sim uma variedade infinita de atitudes políticas; de modo algum uma mas sim mil e uma maneira de ser islamita. A viagem, para a qual o autor nos convida, do Egipto à Argélia passando por Gaza, permite-nos medir os debates, as controvérsias, os cismas que opõem o que designamos por islamitas. Enfim, o autor lança um apelo a um verdadeiro diálogo das civilizações e alerta-nos para o facto de que a defesa dos valores universais não deve esquecer que o ocidente não detém o seu monopólio e que o mundo que desejamos é plural. Não pode nunca ser o mundo de uma "cultura mundial" para dar cobertura a um "mercado global".

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURAS - Nº 11

Revista da Associação de Sociologia e Antropologia da Educação
Edições Afrontamento
pp. 239

A revista Educação, Sociedade e Culturas oferece-nos, desta vez, um número temático sobre a Educação e os 25 anos do 25 de Abril. Uma contribuição para a qual foram convidados alguns especialistas da área da Educação fortemente identificados com o período do 25 de Abril (caso de António Teodoro, que aborda "Os programas dos governos provisórios no campo da Educação: de uma intervenção de continuidade com a reforma Veiga Simão à elaboração de um programa para uma sociedade a caminho do socialismo", Rogério Fernandes, com o artigo "Dois anos de trabalho no ensino básico (1974-76)" ou de Rui Gomes: "25 anos depois: Expansão e crise da escola de massas em Portugal"). Na secção "Diálogos sobre o Vivido", uma interessante mesa redonda sobre "Formação de Professores e o 1º ciclo do Ensino Básico - Deveríamos, ou Não, Ter Saudades das Escolas do Magistério Primário?", que contou com a participação de antigos directores e alunos das EMP à época da revolução. Destaque ainda para o trabalho de "Arquivo", desta feita dedicado ao trabalho de José Gomes Bento, conhecido pedagogo e historiador.

PELO DIREITO À CIDADE - O MOVIMENTO DE MORADORES DO PORTO (1974/76)

Maria Rodrigues
Editora Campo das Letras
pp. 159

A questão da luta das classes populares pela habitação no período revolucionário desencadeado pelo 25 de Abril constitui a problemática central desta obra, que tem por base um trabalho de investigação histórica desenvolvida no decorrer de 1995 e 1996. O âmbito cronológico da investigação corresponde a um período de forte participação popular nos processos sociais e políticos que assinalou "sem dúvida, o movimento social mais amplo e profundo da história europeia do pós-guerra", como afirmou Boaventura de Sousa Santos. Nesses tempos que mediaram entre Abril de 1974 e o fim de 1976, os movimentos reivindicativos em torno da habitação constituíram um dos aspectos mais peculiares das lutas populares urbanas travadas no Porto. Essas lutas pela melhoria das condições de alojamento estabeleceram uma matriz de valores que viriam a ser assimilados no decorrer dos tempos que se seguiram e que fundamentaram os princípios básicos para a redefinição das políticas urbanas.

REVISTA EDUCAÇÃO ENSINO

Associação de Municípios do Distrito de Setúbal
pp. 36
preço: 400$

Neste número, destaque para um encontro realizado em Almada sobre a integração da educação física no 1º ciclo do ensino básico e o papel das autarquias neste domínio, num momento da anunciada transferência de competências do poder central para o poder local ao nível do ensino básico. Outros dos artigos que enformam esta publicação trianual abordam a "Conflitualidade (sub)urbana e educação multicultural" e a "Qualidade em educação e avaliação da qualidade na escola". Referência ainda para um dossier dedicado às "Escolas de segunda oportunidade", onde se dão a conhecer dois projectos inovadores realizados no Seixal e no Barreiro.

METODOLOGIA DA RECOLHA DE DADOS

Jean-Marie de Ketele
Xavier Roegiers
Edições Instituto Piaget
pp. 258

Nesta obra, os autores assentam o seu trabalho no processo de recolha de dados através de técnicas tão variadas quanto a observação, o questionário, a entrevista e o estudo de documentos. O seu objectivo principal foi o de clarificar os fundamentos epistemológicos, morfológicos e metodológicos do processo de recolha de dados e dos métodos utilizados quer pelo investigador quer pelo consultor, avaliador, o auditor e o homem de decisão. Uma obra que fornece ao leitor um quadro conceptual e metodológico que pretende ser, simultaneamente, unificador e estimulante para todos aqueles que estão persuadidos de que os processos fundamentais são os que merecem a maior atenção e reflexão, sobretudo quando apresentam o rosto da banalidade.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 80
Ano 8, Maio 1999

Autoria:

Redacção

Redacção

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo