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Papa lança dura crítica aos meios de comunicação que distorcem a realidade

O Papa Bento XVI atacou duramente, no final de Janeiro, os meios de comunicação social por «imporem modelos distorcidos», empregarem «publicidade obsessiva» e recorrerem à «transgressão, vulgaridade e violência» para capturar o público.
Na ocasião o Papa convidou os profissionais da área a desenvolverem uma «informação ética». As críticas do Papa aos meios de comunicação social foram feitas na sua tradicional mensagem por ocasião da Jornada Mundial das Comunicações Sociais. «Com o pretexto de representar a realidade, tendem, de facto, a legitimar e impor modelos distorcidos da vida pessoal, familiar ou social. Além disso, para ampliarem a audiência, às vezes não hesitam em recorrer à transgressão, vulgaridade e violência», afirmou o Pontífice. Na mensagem divulgada no dia da festa de São Francisco de Sales, considerado o santo padroeiro dos jornalistas, Bento XVI advertiu que os meios de comunicação social se encontram diante de uma encruzilhada. «A humanidade encontra-se hoje ante uma encruzilhada. Também para os media é válido o que escrevi na Encíclica 'Spe salvi' sobre a ambiguidade do progresso, que oferece possibilidades inéditas para o bem, mas abre, ao mesmo tempo, enormes possibilidades de mal que antes não existiam», recordou. «É necessário questionar-se se é sensato deixar que os meios de comunicação se subordinem a um protagonismo indiscriminado ou que acabem nas mãos de quem se vale deles para manipular as consciências. Não se deveria fazer mais esforços para que permaneçam ao serviço da pessoa e do bem comum, e favoreçam a formação ética do homem, o crescimento do homem interior?». Bento XVI menciona a contribuição que os meios de comunicação fizeram à alfabetização e à socialização, como também ao desenvolvimento da democracia e do diálogo entre os povos, apesar de recordar também a comunicação «usada para fins ideológicos ou para a venda de bens de consumo mediante uma publicidade obsessiva». O chefe da Igreja Católica pediu aos responsáveis pelos meios de comunicação que desenvolvam uma «informação ética». «Mais do que uma pessoa acha que é necessário nesse âmbito uma espécie de 'info-ética', assim como existe a bioética no campo da medicina e da investigação científica sobre a vida», salientou. «É preciso evitar que os meios se convertam num megafone do materialismo económico e do relativismo ético, verdadeiras pragas de nosso tempo», concluiu.

AFP


  
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Edição:

N.º 176
Ano 17, Março 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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