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Liberdade de imprensa enfrenta problemas cada vez maiores no mundo
A liberdade de imprensa deteriorou-se no último ano um pouco por todo o mundo e o mais provável é que a democracia seja também afectada por esse contexto, afirma a organização Freedom House, organização com sede nos Estados Unidos que monitoriza a liberdade de expressão no mundo.
"Os ataques aos meios de comunicação são sempre seguidos de ataques a outras instituições democráticas. O facto de a liberdade de imprensa estar a sofrer retrocessos é um sinal muito preocupante de que a própria democracia poderá também ser alvo de ataques", afirma a directora-executiva do grupo, Jennifer Windsor.
O estudo, intitulado "A liberdade de imprensa em 2007", revela uma deterioração da situação na Venezuela, Argentina e Brasil, tanto devido à acção do Estado como à deterioração das condições de segurança. O relatório, publicado por altura do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, afirma também que a liberdade de imprensa foi a primeira a ser afectada pelos golpes de Estado, rebeliões e estados de emergência na Tailândia, Sri Lanka, Paquistão, Filipinas e Ilhas Fiji.
A Freedom House afirma ainda que a Ásia tem os governos mais repressivos neste domínio (citando os exemplos da Coreia do Norte e de Myanmar), mas reconhece melhorias recentes no Nepal, Camboja e Indonésia.
China, Vietname e Irão continuam na lista negra da organização, pela detenção de jornalistas e de "ciberdissidentes", ao passo que a Rússia é citada por tentar silenciar os meios de comunicação independentes e regular o uso da internet. "Os antecedentes da Venezuela e da Rússia são preocupantes, principalmente pelo impacto que estes países têm sobre as respectivas regiões", afirma a editora-executiva do relatório, Karin Karlekar.
A organização expressa também a sua preocupação pela situação no Médio Oriente, onde os avanços que se havia conseguido foram perdidos. Líbia, Síria, Tunísia e Autoridade Palestina foram denunciados pela "liberdade de imprensa extremamente restringida".
Apesar do cenário negro, a organização reconhece melhorias em países como a Itália, o Nepal, a Colômbia e o Haiti, devido a uma maior abertura política e a um ambiente mais seguro para o desenvolvimento da actividade jornalística.
Entretanto, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) veio também denunciar a constante violação da liberdade de imprensa em África, diz a numa recente declaração publicada em Dakar por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, apelando a vários países do continente a lutar contra a impunidade dos "assassinos de jornalistas".
"Os violentos ataques contra os meios de comunicação social, as detenções arbitrárias sem acusação formal, a utilização de leis draconianas, a impunidade e as más condições de trabalho são os principais factores com os quais continuam a ser confrontados os jornalistas e os profissionais da comunicação social no continente", diz a FIJ.

  
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Edição:

N.º 168
Ano 16, Junho 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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