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Aquecimento do planeta irá provocar relocalização da vinha europeia

CUIDAR do CLIMA

A vinha, cujas características estão intimamente ligadas a factores de ordem climatérica, irá atravessar, ao longo das próximas décadas, um processo de mutação geográfica em virtude do aquecimento do planeta. Esta, pelo menos, é a convicção de um painel de especialistas que se reuniram em Abril, em França, para um colóquio sobre este tema.
De acordo com Bernard Seguin, do Instituto Nacional de Investigação Agrónoma (INRA), de Avignon, o aquecimento global já começou a produzir os seus efeitos. Partindo de registos históricos, Seguin exemplifica com a região de Châteauneuf-du-Pape, localizada no sudeste do país, onde a vindima, que em 1945 era efectuada no início de Outubro, passou em anos mais recentes a ser efectuada no início de Setembro.
A investigadora Valérie Daux corrobora este facto e explica que "basta uma variação de um grau centígrado entre Maio e Agosto para antecipar ou retardar a vindima até dez dias".
Mas se esta alteração pode parecer pouco significativa, o mesmo já não se pode dizer do impacto das alterações climatéricas na relocalização dos vinhedos. "Na Europa, o limite setentrional desta cultura estendia-se em 1946 da Bretanha até à Ucrânia, passando por Paris e Berlim. Até 2100, ela deverá estender-se até à Escandinávia", explica Seguin.
Já em 2050, acrescenta o especialista, "a vindima no sul de França poderá ter lugar em Agosto e algumas cepas da região do Rhône, por exemplo, poderão vir a adquirir características de espécies do norte de África, como a Sidi Brahim".


  
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Edição:

N.º 167
Ano 16, Maio 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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