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Estudo polaco mostra que nazis usaram corpos humanos para fazer sabão

Durante a ocupação da Polónia, os nazis usaram "substâncias" dos corpos de prisioneiros dos campos de concentração para fabricar sabão, revelou em Outubro um estudo  realizado pelo Instituto de Memória Nacional (IPN) e que traz à tona mais uma vez os horrores do nazismo.
"Nós concluímos que, sem sombra de dúvida, o sabão foi produzido usando substâncias obtidas de corpos humanos no instituto de anatomia da Academia Médica de Danzig, chefiada pelo professor Rudolf Spanner", disse à AFP Paulina Szumera, funcionária do IPN.
Danzig é o nome em alemão para a cidade polaca de Gdansk. "Fizemos a nossa investigação para calar as vozes que negavam que isto tivesse acontecido", afirmou.
No trabalho de pesquisa do instituto, cientistas polacos estudaram uma barra de sabão apresentada como evidência durante os julgamentos de Nuremberg contra criminosos nazis depois da II Guerra Mundial, que estava nos arquivos do Tribunal Internacional de Justiça em Haia, disse Szumera.
A TV polaca TVN24 citou declarações de investigadores do IPN, segundo os quais os prisioneiros do campo de concentração nazi de Stutthof, no norte da Polónia, e da prisão municipal de Gdansk foram usados para fabricar sabão.
Também foram usados os corpos dos pacientes de um hospital psiquiátrico de Gdansk, disseram os investigadores à TVN24.
Alguns quilos de sabão foram produzidos pelos nazis em Gdansk e  utilizados para limpar o laboratório do professor Spanner, acrescentou o IPN.
Extracto de amêndoas era adicionado ao sabão para lhe dar um aroma agradável.
Os sabões são normalmente fabricados a partir de gorduras e óleos que reagem com detergente (hidróxido de sódio).
Este estudo foi apresentado na mesma semana em que foram revelados outros horrores cometidos pelos nazis. Autoridades alemãs deram conhecimento da descoberta, no oeste da Alemanha, de covas colectivas contendo pelo menos 50 esqueletos, 22 deles de crianças, supostamente mortas pelos nazis.
Os restos foram encontrados em duas covas de um cemitério católico na cidade de Menden por investigadores que trabalhavam com base em relatos fornecidos por testemunhas da época da guerra, disse Ulrich Maas, promotor da cidade de Dortmund.
Numa das covas, os restos de 22 crianças estavam empilhados uns sobre os outros juntamente com os de dois adultos. A outra continha os corpos de um homem e de uma mulher.
Mas disse haver suspeitas de que os mortos, principalmente as crianças, eram portadores de deficiências e teriam sido mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
Sob o regime nazi, o médico pessoal de Adolf Hitler, Karl Brand, era o encarregado do programa de eutanásia do regime. Mais de 70 mil pessoas portadoras de deficiências ou consideradas fisicamente fracas foram assassinadas pelos nazis, a maioria por injecção de gás ou líquidos venenosos.


  
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Edição:

N.º 161
Ano 15, Novembro 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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