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Peças como Romeu e Julieta interditas aos estudantes britânicos

Os estudantes britânicos não vão poder continuar a inspirar-se no papel de Romeu ao querer abraçar e beijar a sua amada Julieta. Nem as estudantes britânicas poderão continuar a sonhar em ser Julietas. Com efeito, uma das últimas medidas do ministro da educação do governo de Blair foi o de proibir beijos e gestos íntimos nas peças de teatro a apresentar ou a representar nas escolas.
?A nudez e os contactos físicos íntimos? não podem ter lugar nas produções teatrais nas escolas, recomendou o ministro, no quadro de uma série de medidas reveladas num suplemento sobre educação do jornal«Times».
?Na maior parte dos casos, um leve beijo na face ou um leve toque  é mais do que suficiente para traduzir a emoção requerida?, considerou o ministro, insistindo no facto de os professores deverem estar atentos ?aos gestos e aos movimentos aceitáveis?.
Alguma opinião pública e em especial muitos professores, têm protestado contra semelhantes medidas. ?Não é possível cortar cenas como a do beijo entre Romeu e Julieta?, protestou Margaret Higgins, directora da Associação Nacional do Ensino do Teatro. ?É um momento crucial. Mas se eles consideram que não é uma cena correcta para ser vista por uma criança, então talvez devam deixar de transmitir o que transmitem na televisão durante a tarde?, insistiu, referindo-se à programação quotidiana da BBC, televisão conhecida pela sua programação recheada de cenas de violência e de sexo explícitos.
Perante o coro de protestos, o ministro da educação, através de um seu porta-voz, assegurou que não é uma questão de censura: ?ensinar ou não ensinar Shakespeare não é a questão?. ?É fundamental que as crianças aprendam os clássicos e isso não vai mudar?, afirmou o porta-voz sem explicar como é isso possível sem desobedecer à directiva sensória.
Estas directivas vão ser por agora testadas no Pais de Gales e poderão em seguida ser estendidas a todas as escolas inglesas, fez saber o ministério da educação inglês.


  
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Edição:

N.º 154
Ano 15, Março 2006

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.

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