OS RECURSOS NATURAIS
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável no planeta, causando milhares de mortes diariamente, situação que a OMS classifica como "inaceitável". A diarreia, potenciada pela falta de saneamento básico, provoca 30 mil mortes por semana, principalmente de crianças. A febre tifóide, a cólera, além da diarreia, são apenas algumas das doenças que podem ser transmitidas pela água contaminada ou insalubre. A água está desigualmente distribuída no planeta e esta desigualdade "natural" é agravada pela pobreza. Um europeu consome, em média, entre 300 a 400 litros de água diariamente, um americano mais de 600 litros, enquanto um africano tem acesso a 20 ou 30 litros. Há cinco anos, a comunidade internacional comprometeu-se a reduzir para metade, até 2015, a percentagem de pessoas sem acesso a água potável. Na Cimeira da Terra, realizada em 2003, este compromisso estendeu-se às populações sem saneamento básico, mas não foi garantido o financiamento correspondente. Segundo a OCDE, a ajuda pública para a água caiu de 2,7 mil milhões de dólares para 1,4 mil milhões em 2002. Desde então, essa cifra estabilizou, mas continua longe do necessário para atender às necessidades do planeta. Uma contradição se tiver-mos em conta as estimativas da ONU, segundo as quais as vantagens económicas do fornecimento de água e de saneamento básico seriam "muito superiores aos investimentos". O continente africano, o Médio Oriente, o sudoeste dos Estados Unidos e México, a costa do Pacífico da América Latina, a Ásia Central, o Irão e a Índia são as regiões mais atingidas e as que mais irão continuar a sofrer no futuro com a falta e má qualidade da água. No total, 26 países têm uma falta crónica de água, o que significa disporem de menos de mil metros cúbicos deste líquido por ano e por habitante. As projecções apontam para a duplicação deste número até 2050.
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