Vírus da Sida continua a propagar-se a um ritmo assustador
O vírus da Sida causou pelo menos 23 milhões de mortes desde 1981 e continua a propagar-se a um ritmo alarmante, advertiu recentemente o Programa das Nações Unidas de luta contra a Sida (ONUSida) no Dia Mundial dedicado à luta contra esta doença. O director da ONUSida, Peter Piot, lançou um alerta particular para as mulheres, grupo no qual a percentagem de novos casos de contaminação não pára de crescer, sublinhando que a pobreza e a discriminação as tornam mais vulneráveis. Os números são cada vez mais preocupantes. A África Sub-sahariana, por exemplo, que abriga pouco mais de 10% da população mundial, reúne mais de 60% das pessoas portadoras de HIV no planeta, o que significa cerca de 25,4 milhões de habitantes sobre um total mundial de 39,4 milhões, segundo a ONUSida. No resto do mundo, as perspectivas também não são animadoras. Na Rússia, apenas dois mil dos 280 mil seropositivos oficialmente registados no país beneficiam de tratamento gratuito, como admite o Centro Federal de Luta contra a Sida. Porém, de acordo com o ONUSida, a Rússia contará, na verdade, com cerca de 860 mil contaminados, número bastante acima das estatísticas do governo. Nos Estados Unidos, o Human Rights Campaign criticou a política de prevenção da administração Bush, que privilegia a abstinência sexual em detrimento do uso do preservativo, e exigiu o desenvolvimento de programas de educação sexual. As estatísticas divulgadas mostram um ressurgimento da doença nos EUA com um aumento de 11% de novos casos de Sida entre os homens bissexuais ou homossexuais em muitos estados. A Ásia conta já com mais de 1,1 milhões de portadores do HIV. Na China, por exemplo, os números oficiais relativos a 2003 dão conta da existência de 840 mil seropositivos, mas a realidade poderá ser muito mais grave, segundo os especialistas. Já no Irão, segundo dados oficiais, 7.510 pessoas estão contaminadas pelo vírus HIV, mas os números poderão ascender a mais de 40 mil. O governo indiano anunciou, por seu lado, o lançamento de uma campanha de choque na luta contra a Sida, a primeira a este nível num país que tem o segundo maior número de seropositivos no mundo, atrás da África do Sul.
|