A Universidade de Bona, na Alemanha, pratica desde há um ano um tipo de cirurgia inédita no mundo, que consiste em operar fetos ainda no interior do útero materno, revela no seu último número a revista semanal alemã "Der Spiegel". De acordo com a reportagem publicada naquele órgão de comunicação, oito fetos foram operados desde julho de 2002 recorrendo a esta técnica, tendo três deles sucumbido durante a intervenção. "Estas mortes custam-nos muito a suportar", comenta o pediatra Thomas Kohl, responsável pelas cirurgias, "mas o sacrifício é necessário, porque temos de operar vários bebés antes de obtermos resultados mais animadores". A cirurgia consiste em introduzir no útero materno longas pinças e uma câmara de vídeo com iluminação, através de três incisões no corpo, segundo o método da endoscopia. Em seguida, é retirado o líquido amiótico para substituí-lo por dióxido de carbono. O feto é então operado numa espécie de bolha de gás. Três dos fetos operados sofriam de espinha bífida, uma anomalia na coluna vertebral que provoca graves más-formações. A equipa de Thomas Kohl recebeu já autorização da Comissão de Ética da Universidade de Bona para realizar 30 novas cirurgias nos próximos meses. Uma delas será ao coração.
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