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O desemprego faz bem à saúde física, assegura economista americano

Contrariamente ao que se pensa, a saúde dos americanos melhora em períodos de recessão e piora quando a economia vai de vento em popa, assegura o economista americano Christopher Ruhm, professor da Universidade da Carolina do Norte em Greensboro. Ruhm acaba de publicar um estudo intitulado "Boa saúde em tempos de crise" ("Healthy living in hard times"), no qual estima que "os comportamentos em tempos de economia debilitada levam a uma melhoria da saúde".
Para chegar a esta conclusão, ele cruzou estatísticas de desemprego de 45 Estados americanos com cerca de 50 mil dados sobre a saúde reunidos anualmente nos Estados Unidos desde 1987 pelo centro federal de controle de doenças. "Em investigações anteriores, descobrimos que as pessoas estavam mais saudáveis em épocas difíceis do que nos bons tempos. O objectivo era tentar explicar porque razão isto acontecia", explicou.
Ruhm assegura que a taxa de mortalidade, a quantidade e a gravidade das doenças, a propensão para a obesidade, o consumo de álcool e de cigarros diminuem em proporções notáveis quando a economia se deteriora. Quando os tempos são difíceis as pessoas "tornam-se menos propensas à obesidade, fazem mais actividades físicas e fumam menos".
No período de 1972-1991, Ruhm constatou que, num determinado Estado, o aumento
do desemprego em um ponto percentual correspondia a uma redução da taxa de mortalidade em 0,5%. "Muitas pessoas acham estes resultados surpreendentes num primeiro momento, porque tendem a pensar que quando os tempos são maus, tudo o resto é mau", acrescentou.
Porém, Ruhm considera que esta teoria poderá ter os seus revezes: "Embora a saúde física melhore durante as crises, a saúde mental pode deteriorar-se", afirma, confirmando um  aumento das estatísticas de suicídio e de doenças mentais não-psicóticas. Este estudo, publicado no final de Janeiro, está disponível no sítio da Internet da Universidade da Carolina do Norte: www.uncg.edu/eco/cjruhm/papers/brfhlth3.pdf.


  
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Edição:

N.º 121
Ano 12, Março 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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