Herdeiras da sabedoria maya e azteca, as populações indígenas do México são,
no entanto, alvo de políticas educativas marginais.
O territorio latinoamericano que corresponde ao México, está
associado à grandes civilizações mesoamericanas como a azteca e a maya, donas
de conhecimentos sofisticados como um calendario tão preciso como o gragoriano,
ou o número zero, elemento básico dos seus extraordinarios cálculos e conhecimentos
astronómicos.
Depois de 500 anos de dominação e imposição da cultura ocidental, qual é a situação educativa dos descendentes destes e dos demais povos indígenas no México? As resposta se circunscrevem as permanentes políticas de integração integração e exclusão, impulsadas por diferentes governos, desde a conquista até o México independente dos nossos días, responsáveis pelas condiçãos de marginação e miséria em que vivem atualmente a maioria dos 8.381.314 indígenas, ou seja 8.59% dos 97.483.412 habitantes deste pais.
Indícios desta situação sao alguns dados relativos as populaçãos das regiões indígenas: 47.68% não recebe ingressos ou recebe recursos não monetarios e 32.46% recebe menos de um salário mínimo ao mes; 58.12% das suas casas não contam com água potável e 88.53% não possuem drenagem; a mortalidade infantil é de 48.3/1000; 487 dos municípios com mais de 70% da população índígena tem índices muito alto e alto de marginação e 91.34% da população economicamente ativa vive abaixo da linha de pobreza. Neste contexto, a extenção da educaçao formal também é precaria: 44.27% da população indígena é analfabeta.
A educação indígena no México, tem sido sempre uma questão complexa. Porque, assim como as políticas socioeconómicas para estes setores, as educativas também são consideradas marginais e recebem poucos recursos, que se traduzem em poucas e precarias escolas e maestros. Também a educação buscou, até poco tempo, através de castelhanização, homogenizar estes grupos à chamada cultura nacional promovida pela escola. Alem disso, desde a perspectiva pedagógica, tem usado modelos académicos que sequer responden com éxito as necessidades dos grupos dominantes.
Estes fatores, numa realidade multicultural e pluriétnica, integrada por 57 grupos, com 6.044.547 habitantes, com mais de 5 anos, que falam apenas uma das 62 línguas o das 30 variantes dialectais, converteram a educação escolar em mais um fator de reprodução da marginação e da exclusão e por conseguinte de destruição destes grupos .
O surgimento do Ejército Zapatista de Liberacão Nacional posibilitou,
desde 1994, o questionamento e a revisão desta situação para lograr uma educação
vinculada as raízes, de acordo com as necessidades e os saberes dos grupos indígenas
mexicanos.
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