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O diabo anda à solta na Palestina
Não vale a pena fazer preâmbulos. Nem grandes considerações ou justificações de neutralidade e imparcialidade. Não vale a pena carrear razões para justificar as nossas opiniões. O que está, está à vista de todos. Só não vê quem não quer: o diabo anda à solta na Palestina.
Pilhas de mortos e feridos. Casas arrasadas. Cidades e povoações destruídas. Campos devastados. Escolas, bibliotecas, centros de formação pulverizados. Milhares de detidos e deslocados. Milhares de famílias sem casa e sem abrigo. Depósitos de água e centrais eléctricas derrubados. E por cada palestino morto mil decididos a morrer. É o resultado desta turbulenta agitação do demónio.
Aumenta no mundo o anti-semitismo. No interior de Israel cresce continuamente a insegurança dos judeus. A tentação do apartheid está à vista. O demónio prepara-se para se instalar e prologar a desgraça.
O regime israelita deixou de ser democrático porque perdeu a moral que sustenta toda a democracia. O actual governo dos Estados Unidos mostra a sua verdadeira face: ausência de grandeza política e moral, desprezo pelo direito internacional, pelos direitos humanos, pela igualdade entre os povos, pelas regras de convívio internacional, pelas organizações internacionais com destaque para a ONU.
O governo de Bush reza a um só deus: o da finança e do negócio das petrolíferas, o produtor e comerciante da industria do armamento. É ao deus da finança, do petróleo e das armas que todos, em todo o mundo, são intimados a submeter-se. Um deus amigo de muitos diabos.
Hipocrisia, parcialidade, medo, lei do mais forte, opressão. A União Europeia, sem espinha, rasteja e saliva perante a divindade do momento. Aperta constrangida a mão ao demónio. Nas suas veias não corre sangue mas urina. Se o demónio ou a divindade rosna, não reage, não ferve, mija-se.
Na Palestina anda o diabo à solta. Uma nova vitória excita-o e incita-o a calcorrear o mundo e a fazer das suas noutros lugares do planeta. É preciso derrotá-lo.

  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 112
Ano 11, Maio 2002

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.

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