Página  >  Edições  >  N.º 92  >  Livros

Livros

A TELEVISÃO NO QUOTIDIANO DAS CRIANÇAS

Manuel Pinto
Edições Afrontamento
pp. 396

O ponto de partida deste estudo é o de que as práticas televisivas se encontram de tal modo entrelaçadas como conjunto das práticas quotidianas que a não consideração deste contexto induz o risco de um certo enviesamento da análise do papel da televisão na sociedade. Não há uma relação unidireccional, de causa-efeito, entre TV e vida quotidiana: a TV contribui para estruturar as rotinas quotidianas, mas o seu uso é também condicionado pelo quadro de normas e de valores do contexto de recepção.
A maioria das pesquisas sobre a relação crianças-televisão, no entanto, tem-se preocupado mais com o que a televisão faz às crianças do que com o que as crianças fazem com a TV, no quadro mais global das suas práticas sociais.
A investigação apresentada neste estudo foi realizada com cerca de 780 crianças do distrito de Braga, de idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos, de diferentes meios geográficos e níveis socioeconómicos, precisamente com o objectivo de analisar os usos, preferências e significados da televisão em distintos contextos de recepção. As conclusões desta pesquisa põem em questão a doxa dominante, que tende a representar as crianças como "escravas" do pequeno ecrã. Mas, ao mesmo tempo, confirmam o interesse que certo tipo de mensagens, de géneros e de personagens nelas despertam, enfatizando a relevância das análises mais centradas no meio televisivo.
Finalmente, o estudo considera algumas implicações em matéria de decisões ao nível sociopolítico e propõe questões pertinentes para o desenvolvimento de futuras pesquisas neste campo.


HISTÓRIAS DE VIDA
E DE IDENTIDADES
? Professores e Interculturalidade

Ricardo Vieira
Edições Afrontamento
pp. 397

A identidade dos professores é muito mais diversificada do que muitas vezes se supões. Não só os níveis de ensino como também as práticas e representações sociais aliadas ao tipo de formação que possuem fazem com que o corpo docente constitua um grupo culturalmente heterogéneo.
Neste estudo fala-se muito de cultura de professores, não através da sua caracterização como profissionais ou como pessoas, interessa dizer, mas como estruturas estáticas, construídas de determinada forma, que as levará a agir, rigidamente a para sempre, de determinada maneira. A identidade do professor é vista como processo. Um processo continuamente em estruturação/desestruturação/reestruturação, assente na grande importância das interacções, aprendizagens e formas de arrumar o mundo, a escola e o outro lado da escola, feitas na socialização primária.
Mais do que factos propriamente ditos, aquilo que se pretende fazer com a análise das histórias de vida é compreender as representações sociais dos sujeitos. Representações sociais que são feitas de imaginário, de construções intelectuais, de processos cognitivos, de imagens, de crenças e de afectos. Trata-se de um contributo para o fortalecimento de uma antropologia interpretativa, capaz de dar conta do entendimento das alteridades, em jeito de uma hermenêutica geral, e, também, do efeito de espelho para cada professor. Espelho que se espera possa dar a cada leitor mais consciência do seu self pessoal e profissional, e que tal imagem o torne mais ciente e reflexivo de si mesmo.


AGOSTINHO DA SILVA
Aspectos da sua vida, obra e pensamento

Artur Manso
Editora Estratégias Criativas
pp. 262

Esta obra dividida em cinco capítulos é o primeiro estudo do conjunto da vida e obra de Agostinho da Silva. Nela se podem conferir os principais marcos da formação deste importante pensador português há poucos anos falecido. Para além do mérito de estabelecer com rigor e paralelismo entre a vida e obra de Agostinho da Silva, sistematiza, ainda, tematicamente as principais fases da sua produção intelectual.
Embora o autor da obra previligie o seu roteiro sócio-pedagógico, nunca deixa de referir a restante produção quer a título informativo, quer a título genésico do diverso e multifacetado labor intelectual de forte pendor lusófono e universalista de Agostinho da Silva.


AS PESSOAS QUE MORAM NOS ALUNOS
Ser jovem, hoje, na escola portuguesa

Edições Asa
pp. 96

Esta obra contém as conferências apresentadas no Curso de Verão 99 e apresenta uma análise actualizada das mudanças e dos problemas que afectam os adolescentes e os jovens que passam largo tempo das suas vidas na escola. As questões do poder dos media e do seu efeito nas pessoas e na escola, da organização da família e do trabalho e dos seus impactos nas práticas organizacionais e pedagógicas; os paradoxos do futuro engolido pelo passado, da democratização em risco, dos jovens satisfeitos com a escola que os reprova, da fuga aparente ao desemprego dos jovens menos qualificados...; as questões do ensinar, aprender, aprender a aprender, socializar, autonomizar, conviver, viver, estar-com, estar, ser na escola de hoje: eis os temas que povoam uma obra reunida pelo desejo de pensar as pessoas que moram nos alunos.


PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA
E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Coordenação de Anne Marie Fontaine
Edições Asa
pp. 319

Hoje em dia ninguém nega a importância da família na vida actual e futura das crianças, nomeadamente no desenvolvimento de competências que facilitem a sua adaptação à escola. É frequente, contudo, que, num ou noutro momento do seu percurso escolar, os alunos se confrontem com problemas comportamentais ou com dificuldades de aprendizagem. Este livro pretende contribuir para uma melhor compreensão de algumas influências da família na sua origem e salienta vantagens de uma colaboração estreita entre a escola e a família nestes casos.


AVALIAR O EXTRACURRICULAR
A referencialização como nova prática de avaliação

Teresa Vilhena
Edições Asa
pp. 351

A Lei de Bases do Sistema Educativo veio possibilitar a concretização de um projecto há muito sonhado, ao oficialmente legitimar a criação de espaços educativos de carácter facultativo. Na sequência da visibilidade ocasional e circunstancial destas estruturas/ dispositivos educativos, ainda hoje perdura a incerteza sobre o papel destas práticas.
Como actores educativos acreditamos que a compreensão/ avaliação desses dispositivos educativos deve passar por uma "metodologia de explicação" que possibilite intuir os significados e entender os silêncios. Para esta procura de significado recorreu-se, no presente estudo, à "técnica de investigação" proposta por Figari (1996) - a referencialização.
O percurso teórico da presente obra indica que a construção do currículo da nossa época pós-moderna - o currículo pleno - deve constituir um processo dinâmico, sendo essencial o cruzamento das dimensões curricular e extracurricular, bem como o recurso a modelos de avaliação que facilitem a compreensão e previligiem a pluralidade de perspectivas (...).
Avaliar o extracurricular aponta, afinal, para a procura de uma escola capaz de ensinar, educar, formar, desenvolvendo no aluno aquele sentimento de pertença de que tanto precisa e muitas vezes escapa ao seu olhar ansioso e perdido. Em suma, uma escola com um rosto feliz, em que as suas duas faces sejam bem visíveis e sempre ligadas por um sorriso.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 92
Ano 9, Junho 2000

Autoria:

Redacção

Redacção

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo