(AFP)

A falta de instalações sanitárias adequadas para as meninas em várias partes do mundo, especialmente em países mais pobres, ameaça a saúde da mulher adulta, revela uma pesquisa divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
"A falta da educação e orientação na infância, somada à falta de casas de banho produz um impacto negativo na saúde destas mulheres quando adultas," diz o relatório. "Em muitas culturas, as mulheres esperam pelo cair da noite para ir à "casa de banho no meio do mato" diz a pesquisa.
"Estamos muito preocupados com as meninas e adolescentes, porque serão elas as mais afectadas por estas condições no futuro", disse a chefe para a Água, Ambiente e Sanitarismo das Nações Unidas, Gourisankar Ghosh. "Dois biliões e 400 milhões de pessoas, quase metade da humanidade, estão condenadas a condições de vida quase medievais por causa da sujidade e da falta de casas de banho condignas" afirma, por seu lado, a diretora executiva da UNICEF Carol Bellamy. As crianças são as mais vulneráveis aos problemas de saúde associados com a pobreza e com os sistemas sanitários inadequados, ressalta a pesquisa da UNICEF. Basta lembrar que a diarreia, por exemplo, mata anualmente dois milhões de crianças em todo o mundo.
A UNICEF lembra também que muitos deixam de ir ao trabalho ou à escola por causa de problemas de saúde ligados à falta de higiene. Muitos rios tornam-se poluídos e lençois de água contaminados. A agricultura, o turismo e outras atividades são afectadas por causa de doenças altamente contagiosas propagadas entre estas comunidades. A Comissão Mundial da Água para o Século XXI, um painel patrocinado por instituições das Nações Unidas, alertou que o mundo enfrentará uma degradação da crise da água nos próximos 25 anos.

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