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Premiados com o Nobel da Paz Propõem Manifesto para 2000

O ano 2000 deve representar um novo começo para todos nós, de modo a que, unidos, possamos transformar a cultura de guerra e de violência numa cultura de paz e de não violência. Para tanto, é fundamental a participação de todos, proporcionando aos jovens e às gerações futuras os valores que ajudem a forjar um mundo mais digno e harmonioso, um mundo de justiça, solidariedade, liberdade e prosperidade; porque só uma cultura de paz tornará possível o desenvolvimento sustentado, a protecção do meio ambiente e a satisfação pessoal de cada ser humano.
Estas são algumas das ideias subjacentes à decisão de um grupo de premiados com o Nobel da Paz ? reunidos por ocasião do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem ? de proporem um manifesto em prol de uma cultura da paz e da não violência. Não se trata de um apelo ou petição dirigida a instâncias superiores, mas de um compromisso a ser assumido individualmente, no sentido da adopção de valores, atitudes e comportamentos que fomentem a cultura da paz.
É o seguinte o texto integral do ?Manifesto 2000 por uma cultura da paz e da não violência?:
"Assumindo a minha quota de responsabilidade perante o futuro da humanidade, especialmente perante as crianças de hoje e de amanhã, comprometo-me, na minha vida diária, na minha família, no meu emprego e no meu país, a:

  • "respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminações nem preconceitos;

  • "praticar a não violência activa, recusando a violência em todas as suas formas: física, sexual, sociológica, económica e social, particularmente em relação aos mais débeis e vulneráveis, como as crianças e os adolescentes;

  • "repartir o meu tempo e os meus recursos materiais, cultivando a generosidade a fim de pôr fim à exclusão, à injustiça e à opressão política e económica;

  • "defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, privilegiando a escuta e o diálogo, sem ceder ao fanatismo, à maledicência e à discriminação dos meus semelhantes;


  • "promover um consumo responsável e um modelo de desenvolvimento que tenha em conta a importância de todas as formas de vida e o equilíbrio dos recursos naturais do planeta;

  • "contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, propiciando a plena participação das mulheres e o respeito pelos princípios democráticos, e promovendo novas formas de solidariedade".

Adolfo Pérez Esquível, Dalaï Lama, David Trimble, José Ramos-Horta, Mikhail Gorbachev, Nelson Mandela, Rigoberta Menchu, Shimon Peres e os bispos Desmond Tutu e Ximenes Belo, são alguns dos primeiros subscritores do manifesto, cujo objectivo é reunir 100 milhões de assinaturas até Setembro do próximo ano, por ocasião da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas ? os interessados em subscrever o manifesto poderão fazê-lo através da internet (UNESCO.org">http://www.UNESCO.org).

Jornal a Página da Educação nº 85 - Novembro de 1999, pg. 14


  
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Edição:

N.º 85
Ano 8, Novembro 1999

Autoria:

Redacção

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