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Reflexões e Emoções sobre Poesias Completas de António Gedeão

23 de Abril, Dia Mundial do Livro

Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar
um enjoo
uma agonia
(...)
Foi então que um dia
Encontrei um livro
que estava a chorar
pedi-lhe uma
página
para a analisar.
Recolhi a
página
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado
Ensaiei a frio
experimentei a lume
e nunca me deu
o que era costume
Nem sinais lamechas
nem vestígios de aborrecimento
harmonia quase tudo
e muito, muito sentimento (...)
Transcendente (que transcende)
Sobrehumano (além do humano)
Oh feliz de quem entende
de quem busca e surpreende
... (...).
Esta emoção pequenina que me veio do lado de lá.
Aperfeiçoo a focagem
(...)
Olho página por página
numa comoção crescente
Enchem-se-me os olhos de água
(...)
Não havia não
duas folhas iguais em toda a criação
Gritos, suspiros, sonho, movimento, energia, fogo, crítica, amor, humor,
ternura, fogo, melodia, coração ...
Universo em expansão desde o mais infinito ao menos infinito. (...)
Apetece acreditar / Ter esperança, confiar / Amar a tudo e a todos (...)
Eu já sei mas não sabia que todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos à confusão da harmonia.
(...)
Não sabia nem sonhava que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida.

António Gedeão, professor de química, demonstrou a uma menina de ciências que o mundo cresce e se completa com a caneta colorida nas mãos de um poeta.

A agonia passou e o livro que chorava foi-se embora a sorrir.

Susana Mexia dos Santos,
19 anos, estudante do 12º ano
Abril 1999


  
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Edição:

N.º 81
Ano 8, Junho 1999

Autoria:

Susana Mexia dos Santos
Estudante
Susana Mexia dos Santos
Estudante

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